Thursday, December 30, 2010

Feliz Ano Velho!

Devo começar afirmando que o título desta pastoral não é novo. Foi originalmente cunhado pelo escritor Marcelo Rubens Paiva como título de sua autobiografia. Em sua obra, este autor, que não é cristão, retrata como foi para um jovem sofrer um trágico acidente e passar a viver em uma cadeira de rodas. Até aí nada de novo. Extraordinário foi o caso de Joni Eareckson Tada, uma mulher cristã que, tendo sofrido um acidente semelhante que a tornou paraplégica, teve a sua vida transformada para ser uma grande bênção para milhares de pessoas (visite www.joniandfriends.org).

A propósito, o que há de novo? Ao assistir o programa televisivo Retrospectiva fica evidente que o ciclo anual e, consequentemente, da vida, envolve altos e baixos, alegrias e várias tristezas, tragédias naturais, conquistas científicas e esportivas, casos de violência e irracionalidade humana, milagres, superação, e incontáveis mortes a cada ano. São coisas que simplesmente não podemos evitar ou controlar.

Esta é a percepção do autor de Eclesiastes, o rei Salomão: “Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre”; “O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós”. E conclui: “Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento”; (Ec 1.4,9,14).

Nesta vida só restam incertezas: “Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem. Porque este não sabe o que há de suceder; e, como há de ser, ninguém há que lho declare. Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; nem há tréguas nesta peleja [...]”. “Pois o homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles” (Ec 8.6-8, 9.12).

Antes que sejamos tomados por um senso de desespero e inutilidade da vida por meio de palavras tão desesperançadas, é preciso atentar para o fato de que o autor não pretende desistir de tudo e lançar-se num poço de depressão diante das circunstâncias incontroláveis da vida. Antes, a sua mensagem é: “Lembra-te de teu Criador nos dias da tua mocidade antes que venham os maus dias” (12.1). Lembra-te! Lembra-te de teu Criador! “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (12.13).

Sem Deus não há novidade de vida! Sem Cristo não há propósito para se viver mais um ano, e nem um dia sequer. Sem Ele tudo é vaidade e correr atrás do vento. “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará; indo-se como veio; e do seu trabalho nada poderá levar consigo. Também isto é grave mal: precisamente como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem de haver trabalhado para o vento?” (5.15-16). O próprio Jesus diz: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26).

Decida viver um Ano Novo diferente, renovado, debaixo da bênção e proteção do Senhor, vivendo sob sua obediência, aprendendo sua Palavra a cada dia, em íntima comunhão com Ele, colocando-se a seu serviço, investindo dons e talentos e seu mais precioso recurso: seu tempo, para glorificá-lO. Inicie o ano colocando sua vida no altar do Pai, pedindo para que Ele decida seus passos, seus planos, seus objetivos futuros. Reflita, ore, e experimente a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Abençoado Ano Novo!

Lições de um Nascimento




Ao vislumbrar o pequeno bebê na manjedoura, somos levados a indagar: Que palavras seriam eficazes para explicar o tamanho do amor que Deus tem por nós? Por melhores que fossem, seriam vazias. No entanto, Natal é sempre tempo de pararmos e pensarmos no que tudo isto representou. Eis algumas reflexões:

A história de José e Maria mostram vividamente que a bênção do Senhor pode vir sobre um casal simples e pobre, e ser recebida em meio a grandes provações, sem nenhuma relação com ganhos materiais.

Para o nascimento do Filho de Deus, foram dispensados os melhores doutores, parteiros, toda a ciência médica de sua época. Deus não precisa de artifícios humanos para realizar a sua vontade, basta que existam corações humildes e obedientes que Ele mostrará o seu poder, assim como foram os corações de José e Maria, que, juntos ou individualmente demonstraram submissão à vontade divina.

Muitos que, por força da situação, tivessem que ver seu filho nascendo em um estábulo, se sentiriam desencorajados, ou abandonados por Deus. No entanto, ali foi o lugar escolhido para a vinda do seu próprio Filho, o lugar de adoração de magos e pastores. Nunca duvidemos dos propósitos do Senhor em nossas vidas, ainda que tenhamos que passar pelo vale da sombra da morte. Os seus caminhos são sempre mais altos que os nossos caminhos.

Deus escolheu a melhor instituição para criar seu Filho: o lar. Deus valorizou e honrou um casamento fiel, feito em temor a Ele. Percebe-se que a virgindade faz parte do propósito de Deus para o casamento. Deus honrou aquela união, pois embora fossem de carne e osso como qualquer um de nós, havia o respeito mútuo e, acima de tudo, o respeito a Deus. Por mais humilde que fosse, esse era um ambiente mais aconchegante e seguro do que os grandes palácios de um rei pagão. Assim também nosso lar é o lugar mais apropriado para criarmos nossos filhos, desde que sob o senhorio de Cristo.

A Palavra de Deus, por intermédio do profeta Miquéias, foi a verdadeira fonte de informação para que os magos saíssem do Oriente e fossem a Belém ver o menino. Por outro lado, foi também o meio usado por Herodes para encontrá-lo a fim de o matar. Vemos duas lições aqui: a primeira é que a Palavra é o único meio de nos levar a Cristo. A segunda é que o próprio diabo pode usá-la com seus propósitos malignos como fez no deserto tentando a Jesus e como faz ainda hoje através das inúmeras seitas que a utilizam para disseminar o engano.

A história de Jesus é a própria antítese da chamada teologia da prosperidade. A grande lição é que em um ambiente absolutamente humilde e até inóspito como um curral para animais ocorreu o primeiro maior acontecimento da história: o nascimento do Messias. O segundo maior evento da história aconteceu em um lugar insólito, numa cruz, num lugar chamado Caveira: a morte do Cordeiro de Deus. E o terceiro maior acontecimento da história aconteceu numa tumba: a ressurreição do Rei dos reis.

Hosana nas maiores alturas!

Rev. Paulo César Nunes dos Santos

Simplesmente Bíblia!

No topo da lista de todas as coisas que nós, crentes em Cristo Jesus, mais prezamos, estão, sem dúvida alguma, as páginas das Sagradas Escrituras. Nelas encontramos vida, pois, por intermédio de suas palavras ouvimos a voz do nosso Criador e de nosso Salvador. Ela nos exorta, repreende, corrige, encoraja, acalma, cala, transforma, ensina, dá esperança, mostra a verdade. Nela temos real comunhão com Deus pois o seu Espírito age profundamente nos corações daqueles que sinceramente buscam compreendê-la e aplicá-la às suas vidas.

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos”, diz o salmista, mostrando a plena autoridade que ela deve exercer sobre nossas vidas se não quisermos tatear nas trevas e afundar-nos em nossa própria sabedoria. Sobre o Livro da Lei, Deus ordena a Josué e a todos nós: “medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito” e promete: “então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.

Não por acaso, a Bíblia é o livro mais lido no mundo e foi o primeiro a ser impresso na História, no século 16. Completa ou em trechos, pode ser encontrada em mais de duas mil línguas e dialetos. A primeira tradução deve ter sido elaborada cerca de 200 a 300 anos antes de Cristo: a Septuaginta. O conhecido João Ferreira de Almeida foi o primeiro a produzir uma versão completa da Bíblia em português, em 1753. Amigo(a) leitor(a), a bíblia só chegou até você por um milagre divino de preservação dos textos originais e cópias através dos séculos.

Hoje comemoramos o dia da Bíblia. Mais do que simplesmente agradecermos a Deus pela sua revelação, está na hora de colocarmos a Sua Palavra no devido lugar em nossa vida diária. O salmista diz: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!”, e também: Amo os teus mandamentos mais do que o ouro refinado”. Será que temos expressado esta mesma fome e amor pela Palavra? Diz um provérbio bíblico: “Melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela.” Não jogue fora o melhor de sua vida: leia a Bíblia diariamente!

Thursday, December 2, 2010

“... e ele fugirá de vós”

Não se fala de outra coisa esta semana senão da conquista policial e militar de um território antes dominado pelo mal nos morros cariocas. Graças a Deus, o número de vítimas foi muito baixo, se pensarmos no poder de fogo do armamento utilizado dos dois lados, e da ostensividade dos ataques. Creio que o sentimento geral é o de que, há muito aguardávamos por isso, e louvamos a Deus porque a espada do Estado foi usada contra os malfeitores (“aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação [...] porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (Rm 13.2,4). Que Deus abençoe a Vila Cruzeiro, o Complexo do Alemão e todas aquelas comunidades libertadas. Que Deus abençoe os policiais e as autoridades que se fizeram presentes na vida do povo.

Uma das imagens que mais será lembrada de todo esse confronto, tenho certeza, será a tresloucada fuga a pé dos bandidos, saindo da Vila Cruzeiro (até então o inexpugnável reduto do tráfico carioca) para o Complexo do Alemão, passando por cima de um morro. Podemos crer que, se a polícia tivesse previsto essa possibilidade de fuga, teria armado uma rede para fazer um grande arrastão. Haveria muito peixe graúdo entre as espécies apanhadas!

A lição que fica é que o inimigo era tremendamente forte, porém não imbatível! Com um pouco de boa vontade entre governos e as Forças Armadas, unindo propósitos, homens e armas, foi possível derrubar a fortaleza do crime depois de muitas décadas de domínio.

Assim é no reino espiritual. Temos um Inimigo poderosíssimo: Lúcifer, Satanás, o diabo, o acusador, o tentador, o enganador, o sedutor de todo o mundo, o dragão, a antiga serpente, o pai da mentira, o leão que ruge procurando alguém para devorar. Não há como fugir dele, pois o seu território não está restrito a nenhum lugar. “O mundo inteiro jaz no Maligno” (1Jo 5.19). Ele é um bandido terrível que “[...] vem somente para matar, roubar e destruir” (Jo 10.10), e que tem um enorme bando de demônios a seu serviço (Ef 6.12). “Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera...” (Ap 12.12) Isto é terrivelmente assustador!

Por outro lado, a Bíblia diz: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). A grande notícia é que ele não é invencível! Na cruz de Cristo, o Inimigo de nossas almas já foi derrotado. Hoje, ele sabe que “pouco tempo lhe resta” (Ap 12.12). Entretanto, assim como os traficantes, Satanás não tem medo de ninguém sozinho, e nem de todos nós juntos, mas treme diante da autoridade de Deus e do Senhor Jesus Cristo. Nele, o Inimigo encontra seu limite (“aquele que é nascido de Deus [...] o Maligno não lhe toca” (1Jo 5.18) Por causa dele, os demônios tremem (Tg 2.19).

Assim sendo, todo aquele que quiser se ver protegido do poder do Inimigo deve, antes de qualquer coisa, sujeitar-se a Deus. É nele que encontramos abrigo (Sl 46.1). É dele que vem a armadura para nos proteger dos tiros diabólicos (Ef 6.16). Só Ele pode repreender a Satanás (Jd 9). Só Ele pode amarrá-lo (Ap 20.2-3). Atrás de suas linhas estamos protegidos! Afinal, “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).

Finalmente, depois de sujeitar-nos a Deus, podemos e devemos resistir ao diabo, às suas tentações, insinuações, ataques, mentiras, e ameaças. Ao se ver derrotado, a promessa que temos é a de que “ele fugirá de vós”. Glória a Deus porque nesta batalha, já “somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37)!

Rev. Paulo César N Santos