Devo começar afirmando que o título desta pastoral não é novo. Foi originalmente cunhado pelo escritor Marcelo Rubens Paiva como título de sua autobiografia. Em sua obra, este autor, que não é cristão, retrata como foi para um jovem sofrer um trágico acidente e passar a viver em uma cadeira de rodas. Até aí nada de novo. Extraordinário foi o caso de Joni Eareckson Tada, uma mulher cristã que, tendo sofrido um acidente semelhante que a tornou paraplégica, teve a sua vida transformada para ser uma grande bênção para milhares de pessoas (visite www.joniandfriends.org).
A propósito, o que há de novo? Ao assistir o programa televisivo Retrospectiva fica evidente que o ciclo anual e, consequentemente, da vida, envolve altos e baixos, alegrias e várias tristezas, tragédias naturais, conquistas científicas e esportivas, casos de violência e irracionalidade humana, milagres, superação, e incontáveis mortes a cada ano. São coisas que simplesmente não podemos evitar ou controlar.
Esta é a percepção do autor de Eclesiastes, o rei Salomão: “Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre”; “O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós”. E conclui: “Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento”; (Ec 1.4,9,14).
Nesta vida só restam incertezas: “Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem. Porque este não sabe o que há de suceder; e, como há de ser, ninguém há que lho declare. Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; nem há tréguas nesta peleja [...]”. “Pois o homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles” (Ec 8.6-8, 9.12).
Antes que sejamos tomados por um senso de desespero e inutilidade da vida por meio de palavras tão desesperançadas, é preciso atentar para o fato de que o autor não pretende desistir de tudo e lançar-se num poço de depressão diante das circunstâncias incontroláveis da vida. Antes, a sua mensagem é: “Lembra-te de teu Criador nos dias da tua mocidade antes que venham os maus dias” (12.1). Lembra-te! Lembra-te de teu Criador! “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (12.13).
Sem Deus não há novidade de vida! Sem Cristo não há propósito para se viver mais um ano, e nem um dia sequer. Sem Ele tudo é vaidade e correr atrás do vento. “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará; indo-se como veio; e do seu trabalho nada poderá levar consigo. Também isto é grave mal: precisamente como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem de haver trabalhado para o vento?” (5.15-16). O próprio Jesus diz: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26).
Decida viver um Ano Novo diferente, renovado, debaixo da bênção e proteção do Senhor, vivendo sob sua obediência, aprendendo sua Palavra a cada dia, em íntima comunhão com Ele, colocando-se a seu serviço, investindo dons e talentos e seu mais precioso recurso: seu tempo, para glorificá-lO. Inicie o ano colocando sua vida no altar do Pai, pedindo para que Ele decida seus passos, seus planos, seus objetivos futuros. Reflita, ore, e experimente a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.
Abençoado Ano Novo!
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