Não se fala de outra coisa esta semana senão da conquista policial e militar de um território antes dominado pelo mal nos morros cariocas. Graças a Deus, o número de vítimas foi muito baixo, se pensarmos no poder de fogo do armamento utilizado dos dois lados, e da ostensividade dos ataques. Creio que o sentimento geral é o de que, há muito aguardávamos por isso, e louvamos a Deus porque a espada do Estado foi usada contra os malfeitores (“aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação [...] porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (Rm 13.2,4). Que Deus abençoe a Vila Cruzeiro, o Complexo do Alemão e todas aquelas comunidades libertadas. Que Deus abençoe os policiais e as autoridades que se fizeram presentes na vida do povo.
Uma das imagens que mais será lembrada de todo esse confronto, tenho certeza, será a tresloucada fuga a pé dos bandidos, saindo da Vila Cruzeiro (até então o inexpugnável reduto do tráfico carioca) para o Complexo do Alemão, passando por cima de um morro. Podemos crer que, se a polícia tivesse previsto essa possibilidade de fuga, teria armado uma rede para fazer um grande arrastão. Haveria muito peixe graúdo entre as espécies apanhadas!
A lição que fica é que o inimigo era tremendamente forte, porém não imbatível! Com um pouco de boa vontade entre governos e as Forças Armadas, unindo propósitos, homens e armas, foi possível derrubar a fortaleza do crime depois de muitas décadas de domínio.
Assim é no reino espiritual. Temos um Inimigo poderosíssimo: Lúcifer, Satanás, o diabo, o acusador, o tentador, o enganador, o sedutor de todo o mundo, o dragão, a antiga serpente, o pai da mentira, o leão que ruge procurando alguém para devorar. Não há como fugir dele, pois o seu território não está restrito a nenhum lugar. “O mundo inteiro jaz no Maligno” (1Jo 5.19). Ele é um bandido terrível que “[...] vem somente para matar, roubar e destruir” (Jo 10.10), e que tem um enorme bando de demônios a seu serviço (Ef 6.12). “Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera...” (Ap 12.12) Isto é terrivelmente assustador!
Por outro lado, a Bíblia diz: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). A grande notícia é que ele não é invencível! Na cruz de Cristo, o Inimigo de nossas almas já foi derrotado. Hoje, ele sabe que “pouco tempo lhe resta” (Ap 12.12). Entretanto, assim como os traficantes, Satanás não tem medo de ninguém sozinho, e nem de todos nós juntos, mas treme diante da autoridade de Deus e do Senhor Jesus Cristo. Nele, o Inimigo encontra seu limite (“aquele que é nascido de Deus [...] o Maligno não lhe toca” (1Jo 5.18) Por causa dele, os demônios tremem (Tg 2.19).
Assim sendo, todo aquele que quiser se ver protegido do poder do Inimigo deve, antes de qualquer coisa, sujeitar-se a Deus. É nele que encontramos abrigo (Sl 46.1). É dele que vem a armadura para nos proteger dos tiros diabólicos (Ef 6.16). Só Ele pode repreender a Satanás (Jd 9). Só Ele pode amarrá-lo (Ap 20.2-3). Atrás de suas linhas estamos protegidos! Afinal, “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).
Finalmente, depois de sujeitar-nos a Deus, podemos e devemos resistir ao diabo, às suas tentações, insinuações, ataques, mentiras, e ameaças. Ao se ver derrotado, a promessa que temos é a de que “ele fugirá de vós”. Glória a Deus porque nesta batalha, já “somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37)!
Rev. Paulo César N Santos
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