Thursday, December 30, 2010

Feliz Ano Velho!

Devo começar afirmando que o título desta pastoral não é novo. Foi originalmente cunhado pelo escritor Marcelo Rubens Paiva como título de sua autobiografia. Em sua obra, este autor, que não é cristão, retrata como foi para um jovem sofrer um trágico acidente e passar a viver em uma cadeira de rodas. Até aí nada de novo. Extraordinário foi o caso de Joni Eareckson Tada, uma mulher cristã que, tendo sofrido um acidente semelhante que a tornou paraplégica, teve a sua vida transformada para ser uma grande bênção para milhares de pessoas (visite www.joniandfriends.org).

A propósito, o que há de novo? Ao assistir o programa televisivo Retrospectiva fica evidente que o ciclo anual e, consequentemente, da vida, envolve altos e baixos, alegrias e várias tristezas, tragédias naturais, conquistas científicas e esportivas, casos de violência e irracionalidade humana, milagres, superação, e incontáveis mortes a cada ano. São coisas que simplesmente não podemos evitar ou controlar.

Esta é a percepção do autor de Eclesiastes, o rei Salomão: “Geração vai e geração vem; mas a terra permanece para sempre”; “O que foi é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer; nada há, pois, novo debaixo do sol. Há alguma coisa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Não! Já foi nos séculos que foram antes de nós”. E conclui: “Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento”; (Ec 1.4,9,14).

Nesta vida só restam incertezas: “Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem. Porque este não sabe o que há de suceder; e, como há de ser, ninguém há que lho declare. Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para o reter; nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morte; nem há tréguas nesta peleja [...]”. “Pois o homem não sabe a sua hora. Como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles” (Ec 8.6-8, 9.12).

Antes que sejamos tomados por um senso de desespero e inutilidade da vida por meio de palavras tão desesperançadas, é preciso atentar para o fato de que o autor não pretende desistir de tudo e lançar-se num poço de depressão diante das circunstâncias incontroláveis da vida. Antes, a sua mensagem é: “Lembra-te de teu Criador nos dias da tua mocidade antes que venham os maus dias” (12.1). Lembra-te! Lembra-te de teu Criador! “Teme a Deus e guarda os seus mandamentos; porque isto é o dever de todo homem” (12.13).

Sem Deus não há novidade de vida! Sem Cristo não há propósito para se viver mais um ano, e nem um dia sequer. Sem Ele tudo é vaidade e correr atrás do vento. “Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará; indo-se como veio; e do seu trabalho nada poderá levar consigo. Também isto é grave mal: precisamente como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem de haver trabalhado para o vento?” (5.15-16). O próprio Jesus diz: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26).

Decida viver um Ano Novo diferente, renovado, debaixo da bênção e proteção do Senhor, vivendo sob sua obediência, aprendendo sua Palavra a cada dia, em íntima comunhão com Ele, colocando-se a seu serviço, investindo dons e talentos e seu mais precioso recurso: seu tempo, para glorificá-lO. Inicie o ano colocando sua vida no altar do Pai, pedindo para que Ele decida seus passos, seus planos, seus objetivos futuros. Reflita, ore, e experimente a boa, agradável e perfeita vontade de Deus.

Abençoado Ano Novo!

Lições de um Nascimento




Ao vislumbrar o pequeno bebê na manjedoura, somos levados a indagar: Que palavras seriam eficazes para explicar o tamanho do amor que Deus tem por nós? Por melhores que fossem, seriam vazias. No entanto, Natal é sempre tempo de pararmos e pensarmos no que tudo isto representou. Eis algumas reflexões:

A história de José e Maria mostram vividamente que a bênção do Senhor pode vir sobre um casal simples e pobre, e ser recebida em meio a grandes provações, sem nenhuma relação com ganhos materiais.

Para o nascimento do Filho de Deus, foram dispensados os melhores doutores, parteiros, toda a ciência médica de sua época. Deus não precisa de artifícios humanos para realizar a sua vontade, basta que existam corações humildes e obedientes que Ele mostrará o seu poder, assim como foram os corações de José e Maria, que, juntos ou individualmente demonstraram submissão à vontade divina.

Muitos que, por força da situação, tivessem que ver seu filho nascendo em um estábulo, se sentiriam desencorajados, ou abandonados por Deus. No entanto, ali foi o lugar escolhido para a vinda do seu próprio Filho, o lugar de adoração de magos e pastores. Nunca duvidemos dos propósitos do Senhor em nossas vidas, ainda que tenhamos que passar pelo vale da sombra da morte. Os seus caminhos são sempre mais altos que os nossos caminhos.

Deus escolheu a melhor instituição para criar seu Filho: o lar. Deus valorizou e honrou um casamento fiel, feito em temor a Ele. Percebe-se que a virgindade faz parte do propósito de Deus para o casamento. Deus honrou aquela união, pois embora fossem de carne e osso como qualquer um de nós, havia o respeito mútuo e, acima de tudo, o respeito a Deus. Por mais humilde que fosse, esse era um ambiente mais aconchegante e seguro do que os grandes palácios de um rei pagão. Assim também nosso lar é o lugar mais apropriado para criarmos nossos filhos, desde que sob o senhorio de Cristo.

A Palavra de Deus, por intermédio do profeta Miquéias, foi a verdadeira fonte de informação para que os magos saíssem do Oriente e fossem a Belém ver o menino. Por outro lado, foi também o meio usado por Herodes para encontrá-lo a fim de o matar. Vemos duas lições aqui: a primeira é que a Palavra é o único meio de nos levar a Cristo. A segunda é que o próprio diabo pode usá-la com seus propósitos malignos como fez no deserto tentando a Jesus e como faz ainda hoje através das inúmeras seitas que a utilizam para disseminar o engano.

A história de Jesus é a própria antítese da chamada teologia da prosperidade. A grande lição é que em um ambiente absolutamente humilde e até inóspito como um curral para animais ocorreu o primeiro maior acontecimento da história: o nascimento do Messias. O segundo maior evento da história aconteceu em um lugar insólito, numa cruz, num lugar chamado Caveira: a morte do Cordeiro de Deus. E o terceiro maior acontecimento da história aconteceu numa tumba: a ressurreição do Rei dos reis.

Hosana nas maiores alturas!

Rev. Paulo César Nunes dos Santos

Simplesmente Bíblia!

No topo da lista de todas as coisas que nós, crentes em Cristo Jesus, mais prezamos, estão, sem dúvida alguma, as páginas das Sagradas Escrituras. Nelas encontramos vida, pois, por intermédio de suas palavras ouvimos a voz do nosso Criador e de nosso Salvador. Ela nos exorta, repreende, corrige, encoraja, acalma, cala, transforma, ensina, dá esperança, mostra a verdade. Nela temos real comunhão com Deus pois o seu Espírito age profundamente nos corações daqueles que sinceramente buscam compreendê-la e aplicá-la às suas vidas.

Lâmpada para os meus pés é a tua palavra e, luz para os meus caminhos”, diz o salmista, mostrando a plena autoridade que ela deve exercer sobre nossas vidas se não quisermos tatear nas trevas e afundar-nos em nossa própria sabedoria. Sobre o Livro da Lei, Deus ordena a Josué e a todos nós: “medita nele dia e noite, para que tenhas cuidado de fazer segundo tudo quanto nele está escrito” e promete: “então, farás prosperar o teu caminho e serás bem-sucedido.

Não por acaso, a Bíblia é o livro mais lido no mundo e foi o primeiro a ser impresso na História, no século 16. Completa ou em trechos, pode ser encontrada em mais de duas mil línguas e dialetos. A primeira tradução deve ter sido elaborada cerca de 200 a 300 anos antes de Cristo: a Septuaginta. O conhecido João Ferreira de Almeida foi o primeiro a produzir uma versão completa da Bíblia em português, em 1753. Amigo(a) leitor(a), a bíblia só chegou até você por um milagre divino de preservação dos textos originais e cópias através dos séculos.

Hoje comemoramos o dia da Bíblia. Mais do que simplesmente agradecermos a Deus pela sua revelação, está na hora de colocarmos a Sua Palavra no devido lugar em nossa vida diária. O salmista diz: “Quanto amo a tua lei! É a minha meditação, todo o dia!”, e também: Amo os teus mandamentos mais do que o ouro refinado”. Será que temos expressado esta mesma fome e amor pela Palavra? Diz um provérbio bíblico: “Melhor é a sabedoria do que jóias, e de tudo o que se deseja nada se pode comparar com ela.” Não jogue fora o melhor de sua vida: leia a Bíblia diariamente!

Thursday, December 2, 2010

“... e ele fugirá de vós”

Não se fala de outra coisa esta semana senão da conquista policial e militar de um território antes dominado pelo mal nos morros cariocas. Graças a Deus, o número de vítimas foi muito baixo, se pensarmos no poder de fogo do armamento utilizado dos dois lados, e da ostensividade dos ataques. Creio que o sentimento geral é o de que, há muito aguardávamos por isso, e louvamos a Deus porque a espada do Estado foi usada contra os malfeitores (“aquele que se opõe à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos condenação [...] porque não é sem motivo que ela traz a espada; pois é ministro de Deus, vingador, para castigar o que pratica o mal” (Rm 13.2,4). Que Deus abençoe a Vila Cruzeiro, o Complexo do Alemão e todas aquelas comunidades libertadas. Que Deus abençoe os policiais e as autoridades que se fizeram presentes na vida do povo.

Uma das imagens que mais será lembrada de todo esse confronto, tenho certeza, será a tresloucada fuga a pé dos bandidos, saindo da Vila Cruzeiro (até então o inexpugnável reduto do tráfico carioca) para o Complexo do Alemão, passando por cima de um morro. Podemos crer que, se a polícia tivesse previsto essa possibilidade de fuga, teria armado uma rede para fazer um grande arrastão. Haveria muito peixe graúdo entre as espécies apanhadas!

A lição que fica é que o inimigo era tremendamente forte, porém não imbatível! Com um pouco de boa vontade entre governos e as Forças Armadas, unindo propósitos, homens e armas, foi possível derrubar a fortaleza do crime depois de muitas décadas de domínio.

Assim é no reino espiritual. Temos um Inimigo poderosíssimo: Lúcifer, Satanás, o diabo, o acusador, o tentador, o enganador, o sedutor de todo o mundo, o dragão, a antiga serpente, o pai da mentira, o leão que ruge procurando alguém para devorar. Não há como fugir dele, pois o seu território não está restrito a nenhum lugar. “O mundo inteiro jaz no Maligno” (1Jo 5.19). Ele é um bandido terrível que “[...] vem somente para matar, roubar e destruir” (Jo 10.10), e que tem um enorme bando de demônios a seu serviço (Ef 6.12). “Ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vós, cheio de grande cólera...” (Ap 12.12) Isto é terrivelmente assustador!

Por outro lado, a Bíblia diz: “Sujeitai-vos, portanto, a Deus; mas resisti ao diabo, e ele fugirá de vós” (Tg 4.7). A grande notícia é que ele não é invencível! Na cruz de Cristo, o Inimigo de nossas almas já foi derrotado. Hoje, ele sabe que “pouco tempo lhe resta” (Ap 12.12). Entretanto, assim como os traficantes, Satanás não tem medo de ninguém sozinho, e nem de todos nós juntos, mas treme diante da autoridade de Deus e do Senhor Jesus Cristo. Nele, o Inimigo encontra seu limite (“aquele que é nascido de Deus [...] o Maligno não lhe toca” (1Jo 5.18) Por causa dele, os demônios tremem (Tg 2.19).

Assim sendo, todo aquele que quiser se ver protegido do poder do Inimigo deve, antes de qualquer coisa, sujeitar-se a Deus. É nele que encontramos abrigo (Sl 46.1). É dele que vem a armadura para nos proteger dos tiros diabólicos (Ef 6.16). Só Ele pode repreender a Satanás (Jd 9). Só Ele pode amarrá-lo (Ap 20.2-3). Atrás de suas linhas estamos protegidos! Afinal, “se Deus é por nós, quem será contra nós?” (Rm 8.31).

Finalmente, depois de sujeitar-nos a Deus, podemos e devemos resistir ao diabo, às suas tentações, insinuações, ataques, mentiras, e ameaças. Ao se ver derrotado, a promessa que temos é a de que “ele fugirá de vós”. Glória a Deus porque nesta batalha, já “somos mais do que vencedores por meio daquele que nos amou” (Rm 8.37)!

Rev. Paulo César N Santos

Friday, November 19, 2010

Tudo passa rapidamente e nós voamos

Estamos no fim do ano: correria, cansaço, impaciência, trânsito, e mais trânsito. Muito trabalho, cobranças, balanços, metas, fechamento. Provas, trabalhos, datas-limite, madrugadas em claro. Planejamento, agendamentos para 2011, e novas metas, puro stress! Tudo no fim do ano parece conspirar contra a nossa paz! A vida parece passar mais ligeira assim que a Primavera se inicia. E o ano de 2010? Não é de se espantar que tenha passado tão rápido. A Copa do mundo e as eleições em dois turnos parecem ter abreviado o calendário. Os feriados do segundo semestre também ajudam a literalmente encurtar a semana. Desta maneira, com a mesma sabedoria revelada por Moisés há 3.500 anos atrás, podemos dizer: “Tudo passa rapidamente e nós voamos!” (Sl 90.10).

Tudo isto me leva a pensar: Há meios de se escapar desta roda viva? Sinceramente, duvido. A cultura econômica e materialista que nos envolve simplesmente nos impele a viver nesse ritmo frenético. Quem não se mantiver em rápido movimento, é excluído, sem cerimônias. Nesta sociedade, fomos feitos para estudar, trabalhar e consumir, e assim manteremos o mundo girando. Por esta razão, precisaremos sempre buscar ajuda no Senhor para manter o foco da vida no lugar. Eis algumas maneiras de se fazer isto:

01) Lance sua ansiedade sobre Deus! Pedro nos diz que uma boa razão para isto é porque “Ele tem cuidado de nós” (1Pe 5.7). O apóstolo Paulo reafirma o ensinamento de Jesus: “Não andeis ansiosos de coisa alguma; em tudo, porém, sejam conhecidas, diante de Deus, as vossas petições, com ações de graças. E a paz de Deus, que excede todo entendimento, guardará o vosso coração e a vossa mente em Cristo Jesus” (Fp 4.6,7; Mt 6.25-34). Quanto maior a ansiedade, maior é o stress e a canseira. Jesus é a solução.

02) Reveja o propósito da sua vida! Corremos para viver ou vivemos para correr? O autor de Eclesiastes questiona: “Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol?” (Ec 1.3) Ele mesmo responde: “Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol.” (Ec 1.11). Sem Deus, a vida é vazia, e a sociedade, um vale de ossos secos.

03) Redefina prioridades com base nos seus valores! Faça uma análise e redefina suas próprias metas com base no propósito maior de viver. Não se pode fazer tudo na vida, mas precisamos achar tempo para aquilo que é prioritário: “buscai, pois, em primeiro lugar, o seu reino e a sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas” (Mt 6.34). E ainda: “Ora, se alguém não tem cuidado dos seus e especialmente dos da própria casa, tem negado a fé e é pior do que o descrente” (1Tm 5.8). O trabalho ou os estudos são aspectos necessários da nossa vida, mas não podem suplantar a Deus e a família.

A vida é uma oportunidade finita de plantarmos aquilo que iremos colher aqui amanhã e pela eternidade (Jo 6.27). Não deixe que os muitos afazeres lhe desviem desse propósito.

Templo da IPM

Quem, pois, está disposto, hoje, a trazer ofertas liberalmente ao Senhor?

(1Cr 29.2)

Queridos irmãos da IPM,

Tenho o privilégio de convocar a todas as famílias da IP Morumbi para uma programação muito especial: O Chá dos Membros da IPM que será realizado no dia 27 de Novembro de 2010, sábado, às 17 horas na IPM, com 2 propósitos: 01) Aquisição do Terreno da IPM; 02) Apresentação da Liderança para 2011.

Vivemos um momento muito importante para a vida da Igreja Presbiteriana do Morumbi. Até aqui o Senhor nos tem ajudado (1Sm 7.12). Foi nEle, por meio dEle, e para Ele, que chegamos até aqui. Após 6 anos de trabalho na Vila Andrade e 4 anos no endereço atual, cremos que chegou a hora de darmos um passo mais firme em direção ao objetivo de estabelecermos o local definitivo desta igreja no bairro do Morumbi.

Cremos que é a vontade do Senhor usar nossas vidas para algo sublime do qual não temos real noção de sua grandeza, deixando um legado para várias gerações, com frutos eternos, até Jesus voltar! Uma igreja neste bairro servirá para que o nome do Senhor Jesus seja proclamado e honrado nesta região e em muitos outros lugares onde a igreja for despertada a alcançar.

Assim, convidamos você e sua família para buscarmos juntos a presença do Senhor em oração e obtermos disposição em torno desta causa. Deus é o nosso Guia e será Ele quem nos indicará onde, quando e como a IPM terá seu novo lar. Por enquanto queremos nos dispor a ouvir a voz do Senhor e conclamar a cada um dos membros a colocar este propósito no seu coração e dar voz às suas opiniões e ideias. Sua participação é bem-vinda!

O que se espera da igreja neste momento?

01) Oração – “Pedi, e dar-se-vos-á; buscai e achareis; batei, e abrir-se-vos-á. Pois todo o que pede recebe; o que busca encontra; e, a quem bate, abrir-se-lhe-á” (Mt 7.7-8). Cremos que o estabelecimento de uma igreja vem de Deus (1Co 3. ). Seria muito perigoso de nossa parte não suplicar ao Senhor para que nos dê: a) imensa sabedoria na escolha do local; b) os recursos necessários para a aquisição; c) um projeto que contemple além de nossa própria geração.

02) Fidelidade nos dízimos – Trazei todos os dízimos à casa do Tesouro, para que haja mantimento na minha casa” (Ml 3.10). Estou certo de que, se cada membro de nossa igreja, no irrestrito cumprimento do dever bíblico, for fiel nos dízimos, teremos condições de encaminhar melhores recursos para a poupança. Isto indica que, os que não dizimam, além de estarem em desobediência à Palavra, acabam prejudicando todo o Corpo.

03) Liberalidade nas ofertas – Temos excelentes exemplos na Bíblia de como o povo de Deus age quando é chamado a ofertar: Com Moisés:Disse o Senhor a Moisés: Fala aos filhos de Israel que me tragam oferta; de todo homem cujo coração o mover para isso, dele recebereis a minha oferta.” (Ex 25.1-2); “Vieram homens e mulheres, todos dispostos de coração; trouxeram fivelas, pendentes, anéis, braceletes, todos os objetos de ouro; todo homem fazia oferta de ouro ao Senhor” (Ex 35.22) Com Davi:O povo se alegrou com tudo o que se fez voluntariamente; porque de coração íntegro deram eles liberalmente ao Senhor; também o rei Davi se alegrou com grande júbilo” (1Cr 29.9).

04) Olhos abertos – A oportunidade por um terreno ideal para a igreja não deve vir apenas do Conselho ou da Comissão de Aquisição, mas de qualquer irmão que percebê-la. Este deve informar ao pastor ou presbíteros, para podermos imediatamente conhecê-la.

Amado(a), não existe projeto na vida mais consistente e com retorno mais garantido do que o investimento na obra do Senhor, e particularmente, na construção de uma igreja. Que o Senhor use poderosamente nossas vidas hoje, para que, daqui a 30 anos, em um aniversário da IPM, se reconte, com alegria, o grande zelo e amor desta presente geração.

Que o Senhor nos abençoe.

Que o nosso Pai nos abençoe.

UNIVERSIDADE MACKENZIE: EM DEFESA DA LIBERDADE DE EXPRESSÃO RELIGIOSA

A Universidade Presbiteriana Mackenzie vem recebendo ataques e críticas por um texto alegadamente “homofóbico” veiculado em seu site desde 2007. Nós, de várias denominações cristãs, vimos prestar solidariedade à instituição. Nós nos levantamos contra o uso indiscriminado do termo “homofobia”, que pretende aplicar-se tanto a assassinos, agressores e discriminadores de homossexuais quanto a líderes religiosos cristãos que, à luz da Escritura Sagrada, consideram a homossexualidade um pecado. Ora, nossa liberdade de consciência e de expressão não nos pode ser negada, nem confundida com violência. Consideramos que mencionar pecados para chamar os homens a um arrependimento voluntário é parte integrante do anúncio do Evangelho de Jesus Cristo. Nenhum discurso de ódio pode se calcar na pregação do amor e da graça de Deus.

Como cristãos, temos o mandato bíblico de oferecer o Evangelho da salvação a todas as pessoas. Jesus Cristo morreu para salvar e reconciliar o ser humano com Deus. Cremos, de acordo com as Escrituras, que “todos pecaram e carecem da glória de Deus” (Romanos 3.23). Somos pecadores, todos nós. Não existe uma divisão entre “pecadores” e “não-pecadores”. A Bíblia apresenta longas listas de pecado e informa que sem o perdão de Deus o homem está perdido e condenado. Sabemos que são pecado: “prostituição, impureza, lascívia, idolatria, feitiçaria, inimizades, contendas, rivalidades, iras, pelejas, dissensões, heresias, invejas, homicídios, bebedices, glutonarias” (Gálatas 5.19). Em sua interpretação tradicional e histórica, as Escrituras judaico-cristãs tratam da conduta homossexual como um pecado, como demonstram os textos de Levítico 18.22, 1Coríntios 6.9-10, Romanos 1.18-32, entre outros. Se queremos o arrependimento e a conversão do perdido, precisamos nomear também esse pecado. Não desejamos mudança de comportamento por força de lei, mas sim, a conversão do coração. E a conversão do coração não passa por pressão externa, mas pela ação graciosa e persuasiva do Espírito Santo de Deus, que, como ensinou o Senhor Jesus Cristo, convence “do pecado, da justiça e do juízo” (João 16.8).

Queremos assim nos certificar de que a eventual aprovação de leis chamadas anti-homofobia não nos impedirá de estender esse convite livremente a todos, um convite que também pode ser recusado. Não somos a favor de nenhum tipo de lei que proíba a conduta homossexual; da mesma forma, somos contrários a qualquer lei que atente contra um princípio caro à sociedade brasileira: a liberdade de consciência. A Constituição Federal (artigo 5º) assegura que “todos são iguais perante a lei”, “estipula ser inviolável a liberdade de consciência e de crença” e “estipula que ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa ou de convicção filosófica ou política”. Também nos opomos a qualquer força exterior – intimidação, ameaças, agressões verbais e físicas – que vise à mudança de mentalidades. Não aceitamos que a criminalização da opinião seja um instrumento válido para transformações sociais, pois, além de inconstitucional, fomenta uma indesejável onda de autoritarismo, ferindo as bases da democracia. Assim como não buscamos reprimir a conduta homossexual por esses meios coercivos, não queremos que os mesmos meios sejam utilizados para que deixemos de pregar o que cremos. Queremos manter nossa liberdade de anunciar o arrependimento e o perdão de Deus publicamente. Queremos sustentar nosso direito de abrir instituições de ensino confessionais, que reflitam a cosmovisão cristã. Queremos garantir que a comunidade religiosa possa exprimir-se sobre todos os assuntos importantes para a sociedade.

Manifestamos, portanto, nosso total apoio ao pronunciamento da Igreja Presbiteriana do Brasil publicado no ano de 2007 [LINK http://www.ipb.org.br/noticias/noticia_inteligente.php3?id=808] e reproduzido parcialmente, também em 2007, no site da Universidade Presbiteriana Mackenzie, por seu chanceler, Reverendo Dr. Augustus Nicodemus Gomes Lopes. Se ativistas homossexuais pretendem criminalizar a postura da Universidade Presbiteriana Mackenzie, devem se preparar para confrontar igualmente a Igreja Presbiteriana do Brasil, as igrejas evangélicas de todo o país, a Igreja Católica Apostólica Romana, a Congregação Judaica do Brasil e, em última instância, censurar as próprias Escrituras judaico-cristãs. Indivíduos, grupos religiosos e instituições têm o direito garantido por lei de expressar sua confessionalidade e sua consciência sujeitas à Palavra de Deus. Postamo-nos firmemente para que essa liberdade não nos seja tirada.

Este manifesto é uma criação coletiva com vistas a representar o pensamento cristão brasileiro.

Para ampla divulgação.

Friday, November 12, 2010

Estou Ferido!










É comum encontrarmos pessoas feridas na igreja, geralmente em razão de uma situação de conflito, ou seja, por algum pisão no calo. Será que há solução para a cura dos feridos? Uma atitude comum é abandonar o meio onde ocorreu o problema. Se você está ferido, o que você deveria fazer? Antes de qualquer coisa, devemos entender que a principal razão para termos feridas interiores não está nos outros, mas em nós mesmos! Sendo assim, há cura para você? Creio que há uma medida muito eficaz de libertação: Olhar para Cristo! Sim, este é o verdadeiro remédio para os feridos.

Olhe para Cristo e entregue sua causa ao reto Juiz! “...pois ele, quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente (1Pedro 2.23). Aprendemos com o Senhor Jesus que devemos deixar com Deus todas as injustiças que sofremos. O julgamento dele é justo, o nosso é parcial, pois o coração está manchado pelo pecado.

Olhe para Cristo e trate ao próximo como ele fez com você.Amados, se Deus de tal maneira nos amou, devemos nós também amar uns aos outros” (1Jo 4.11). Que amor foi este? Foi o amor visto em Jesus, o Cordeiro de Deus, que deixou a glória do Pai, veio ao mundo para se sacrificar por aqueles que eram seus inimigos: eu e você! (Rm 5.10). Olhar para Cristo nos ensina a amar e servir ao próximo, principalmente aquele que é o nosso ofensor. Se não agirmos assim, não podemos dizer que somos discípulos de Cristo (veja Mt 5.46-48). Se amamos, perdoamos.

Olhe para Cristo e trate seu problema de ego! Quanto mais importantes nos julgamos ser, mais sensíveis e intocáveis nos tornamos. Olhe para Cristo. Ele “era desprezado e o mais rejeitado entre os homens; homem de dores e que sabe o que é padecer; e, como um de quem os homens escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is 53.3). Jesus seria um forte candidato à sessões de terapia! Sofreu perseguição, traição, e tortura. No entanto, tudo o que ouvimos sair dos seus lábios é: “Senhor, perdoa-lhes porque não sabem o que fazem” (Lc 23.34). A humildade de Jesus (Mc 10.45) é a razão para ele se sujeitar a tanto sofrimento sem se voltar pessoalmente contra seus ofensores. Liberte-se de si mesmo: olhe para Cristo!

Olhe para Cristo e aprenda com as feridas. “embora sendo Filho, aprendeu a obediência pelas coisas que sofreu” (Hb 5.8). Quanto mais envolvimento temos na obra do Senhor mais estaremos sujeitos às sermos feridos! Ao invés de rejeitar esse “limão”, faça dele uma bela limonada: aprenda com o seu sofrimento! As mais preciosas lições da vida cristã ocorrerão debaixo do fogo da provação e das decepções. É disto que aprendemos a perseverar! (Tg 1.2).

Amado(a) leitor(a), se você está ferido, você pode dizer: ninguém toca na minha ferida! Ou pode dizer: Jesus, ainda que a minha ferida esteja aberta, estou disposto a te seguir e te obedecer. Sem qualquer sombra de dúvida, este é o melhor curativo!

Friday, November 5, 2010

Um novo propósito de vida

Hoje temos a alegria de receber 3 novos membros por profissão de fé e batismo. São eles: Edmilson Dôglas da Silva, Charles Witkawsky e Renan Catan. Estamos muito felizes por isto! Se existe um dia de vitória para a Igreja de Cristo é quando alguém declara publicamente que o Senhor Jesus Cristo é o Senhor e Salvador de sua vida. Gostaria, assim, de declarar o que este grande passo significa na vida desses nossos novos irmãos:

01) Significa reconhecer a estupidez de uma vida sem Deus. O ser humano, por natureza, é voltado para si. “A vida é minha, eu faço dela o que eu quiser!”, costuma-se ouvir por aí. No entanto, nada é mais perigoso à própria existência do que acharmos que temos posse dela! “O homem é como um sopro; os seus dias como a sombra que passa” (Sl 144.4). Nada é mais enganoso do que vivermos para os valores do mundo: “Pois que aproveitará o homem se ganhar o mundo inteiro e perder a sua alma? Ou que dará o homem em troca da sua alma?” (Mt 16.26). Uma vida sem Deus é triste e vazia. Como diz o autor de Eclesiastes: “Que proveito tem o homem de todo o seu trabalho, com que se afadiga debaixo do sol? Tudo é vaidade!” (1.3)

02) Significa não viver mais para si mesmo. O propósito de nossa vida não está em nós mesmos, mas em Deus. Deus nos fez para o louvor da sua glória. Ao obedecermos à sua vontade, somos regiamente recompensados com suas bênçãos: “Agrada-te do Senhor, e Ele satisfará aos desejos do teu coração”; “E o meu Deus, segundo a sua riqueza em glória, há de suprir, em Cristo Jesus, cada uma de vossas necessidades” (Salmo 37.4; Filipenses 4.19). Quando vivemos para Deus, encontramos a plena satisfação para o nosso coração. Viver para Deus se constitui numa grande libertação, pois, do contrário, estaremos debaixo do regime tirano da nossa própria carne.

03) Significa reconhecer Jesus Cristo como Senhor e Salvador pessoal. Viver para Deus é mais do que simplesmente reconhecer a sua existência ou praticar algum tipo de religiosidade externa. É preciso, antes de qualquer coisa, reconhecer a condição de ser um pecador diante de um Deus santo, e receber a sua oferta de salvação em seu Filho Jesus Cristo pela fé: “Crê no Senhor Jesus e será salvo tu e a tua casa” (Atos 16.31)

04) Significa viver por causa de Cristo, por meio de dEle, e para Ele. O apóstolo Paulo diz: “Estou crucificado com Cristo; logo, já não sou eu quem vive, mas Cristo vive em mim; e esse viver que, agora, tenho na carne, vivo pela fé no Filho de Deus, que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gálatas 2.19-20). A beleza do viver em Cristo é tê-lo presente em nossa vida e assim, sermos guiados por Ele.

Aos amados irmãos que receberão o batismo dizemos: “Que Deus os abençoe!” na plena certeza de que Ele já os tem abençoado!

Wednesday, October 13, 2010

De Mendigo a Príncipe

Lc 23.39 – Jo 14.2

Um fato curioso me chamou muito a atenção há alguns anos atrás: Todas as noites, a prefeitura de Nova York alugava duas centenas de quartos em excelentes hotéis de Manhattan para abrigar hóspedes inusitados: sem-teto recolhidos nas vias públicas da cidade. Eram aidéticos que deixavam o desconforto das ruas para passar a noite em suítes individuais com ar-condicionado, televisão a cabo e serviço de acesso rápido à internet, com diárias entre 140 e 400 dólares, todos com instalações e localização de primeira. A generosidade municipal era resultado de uma sentença judicial de 1999, que obrigava a prefeitura a dar abrigo aos sem-teto com Aids no mesmo dia em que eles pedem um lugar para dormir. Como faltavam dormitórios individuais em albergues públicos e vagas em hotéis baratos da cidade, restou apenas a opção de oferecer instalações de luxo. É claro, os hotéis de luxo não gostam de ter hóspedes maltrapilhos e malcheirosos circulando pelos corredores – mas a lei americana proíbe que recusem hóspedes, exceto se não puderem pagar a diária. Como Nova York é disparada a cidade com mais casos de Aids já registrados nos Estados Unidos, houve inúmeros casos como estes.*

Deixando de lado a questão social envolvida nesta notícia excêntrica, podemos observar que grande relação ela tem com a nossa vida, porque cada um de nós também já foi um verdadeiro mendigo espiritual vagueando pelos becos do pecado, até um dia quando o próprio Rei nos quis receber em Sua presença, nos tornando, pela graça, em ricos herdeiros.

As Sagradas Escrituras nos dizem que éramos “como o imundo, e todas as nossas justiças, como trapo da imundícia...” (Is 64.6), que estávamos mortos em nossos delitos e pecados (Ef 2.1), que tínhamos nos extraviado, éramos inúteis, (Rm 3.12), escravos do pecado (Rm 6.20), e filhos da ira (Ef 2.3), estranhos e inimigos no entendimento, pelas nossas obras malignas (Cl 1.21), e inimigos de Deus (Rm 5.10l; Tg 4.4). Deste modo, estávamos sob a mira da condenação divina (Rm 3.23), sem nenhuma esperança. Éramos mendigos espirituais. Vivíamos na lama do pecado, sem a mínima consciência de nosso estado de imundícia e ainda desejando viver distantes de Deus. Não havia nada em nós que pudesse despertar interesse ou a compaixão de Deus. Éramos arrogantes embora fôssemos infelizes, miseráveis, pobres, cegos e nus (Ap 3.17).

Mas, o fato é que Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do grande amor com que nos amou (Ef 2.4), escolheu a cada um de nós antes da fundação do mundo (Ef 1.4), para que, comprados por um alto preço (1Co 6.20), mediante a morte de Seu Filho unigênito (Jo 3.16), fôssemos adotados como seus próprios filhos (1Jo 3.1), de sorte que já não somos mais escravos, mas herdeiros do Criador do Universo (Gl 4.7), e co-herdeiros com Cristo (Rm 8.17), justificados de todas as nossas iniqüidades (Rm 5.1), tendo toda a dívida que existia contra nós cancelada (Cl 2.14), e transformados em templos do próprio Espírito Santo (1Co 6.19). Agora, com uma morada maravilhosa garantida ao lado do Pai (Jo 14.2), nunca mais voltaremos às ruas da iniqüidade para sermos mendigos espirituais, pois o Senhor nos fez assentar definitivamente nos lugares celestiais em Cristo Jesus (Ef 2.6). Glória seja dada a Deus por tamanha misericórdia! Que sempre reconheçamos e louvemos ao Senhor por este extraordinário privilégio.

Rev. Paulo César Nunes dos Santos

(*Notícia extraída da Revista Veja, 25 de Abril de 2001, p. 68)

Friday, September 24, 2010

Viva em paz com seu irmão

Tiago 3:13-18


Nós todos desejamos viver relacionamentos harmoniosos, especialmente na igreja onde estamos, mas muitas vezes esses relacionamentos são marcados por conflitos. Na maioria das vezes que entramos em alguma discussão na igreja, dizemos que estamos defendendo a verdade ou determinados princípios. Certamente há necessidade de se defender a verdade. Mas há uma maneira certa e uma maneira errada de se brigar pela verdade. O grande defensor da fé, Paulo, escreveu a Timóteo (2Tm 2.24-26), “Ora, é necessário que o servo do Senhor não viva a contender, e sim deve ser brando para com todos, apto para instruir, paciente, disciplinando com mansidão os que se opõem...


De forma bastante apropriada, Tiago tece um argumento que parece mais uma pegadinha. Ele pergunta (Tg 3.13a), “Quem entre vós é sábio e inteligente?” Talvez alguém pudesse dizer: “Puxa, obrigado por reconhecer meus talentos!” Mas, então, ele dispara: “Mostre em mansidão de sabedoria, mediante condigno proceder, as suas obras”. Ou seja, é fácil dizer que se tem sabedoria, mas Tiago diz, “OK, então mostre a sua sabedoria através de uma conduta apropriada e madura de mansidão”.


Quando entramos em discussão com alguém, devemos nos perguntar qual é a nossa motivação. Seria o orgulho? Antes de entrar em qualquer disputa, pergunte-se primeiramente: - Qual a importância dessa questão à luz da glória de Deus e do bem estar espiritual desta pessoa? Se suas razões não forem puras, você não estará agindo em sabedoria divina.


Buscar a paz nos relacionamentos não é um aspecto de menor importância na Bíblia! Logo após seu conselho à esposas e maridos (1Pe 3.1-7), o apóstolo Pedro cita o Salmo 34, “Aparta-te do mal e pratica o que é bom; procura a paz e empenha-te por alcançá-la” (1Pe 3.11). Essas palavras se aplicam a todo tipo de relacionamento. Devemos perseguir a paz com todo nosso afinco. Paulo ecoa esse tema diversas vezes. Em Efésios 4.3, ele diz que devemos nos esforçar “diligentemente por preservar a unidade do Espírito no vínculo da paz”. Em Romanos 12:18 lemos: “Se possível, no que depender de vós, tende paz com todos os homens”.


Que possamos usar da sabedoria dada a nós para buscar glória a Deus, seu louvor, e o crescimento de seu reino divino, não a expansão do nosso reino pessoal!

Friday, September 17, 2010

Viva Acima da Mediocridade

Coisas profundas são intrigantes. Selvas profundas. Águas profundas. Cavernas profundas, desfiladeiros profundos. Pensamentos profundos e conversas profundas. Não há nada como a profundidade para nos tornar insatisfeitos com as coisas superficiais, rasas. Uma vez que tenhamos cavado abaixo da superfície, e experimentado as maravilhas e mistérios que há na profundidade, percebemos o valor de investirmos o tempo necessário e enfrentarmos todo obstáculo para alcançarmos essas profundezas.

Isso é particularmente verdadeiro no reino espiritual. Deus nos convida a irmos mais a fundo, e não ficarmos satisfeitos com a superficialidade. Lemos nas Escrituras que o Espírito de Deus “a todas as coisas perscruta, até mesmo as profundezas de Deus” (1Co 2.10). A profundidade de sua sabedoria e de seus caminhos é definida como “insondável” e “inescrutável”, de acordo com Romanos 11.33.

Próximo ao fim de suas tribulações, Jó refere-se aos propósitos profundos, misteriosos e inexplicáveis do Senhor como sendo “coisas maravilhosas demais para mim, coisas que eu não conhecia” (Jó 42.3). O salmista testifica que “os teus juízos [são] como um abismo profundo” (Sl 36.6).

Certamente nosso Senhor opera em domínios muito além da nossa capacidade de compreender, mas ele espera que nós exploremos e experimentemos aquilo que está além do que é óbvio. Algumas das melhores verdades de Deus, como tesouros inestimáveis, acham-se escondidas em profundidades tais, que muitas pessoas nunca dão o tempo necessário para procurá-las e encontrá-las. Que perda para nós! Com paciência e graciosamente ele está à espera para revelar as percepções e as dimensões da verdade àqueles que se dispõem ao menos a sondar, a examinar, a meditar. Quanto mais os filhos de Deus o conhecerem, em dimensões mais profundas, tanto mais irão amá-lo; e quanto mais o amarem, também tanto mais desejarão obedecê-lo em pensamento, palavras e ações.

Infelizmente a mediocridade é característica de nossa sociedade moderna e de um número assustador de crentes que, no linguajar bíblico, ainda têm necessidade de leite porque não buscam profundidade no conhecimento do Senhor. A razão para isto é que não estão dispostos a pagar o preço do investimento necessário. Pena que só se darão conta na eternidade de quanto tempo perderam. Prezado(a) leitor(a), ainda há tempo! (Leia Is 55, com ênfase no v. 6).

Charles R. Swindoll em “Como Viver Acima da Mediocridade”, Ed. Vida – último parágrafo do Rev. Paulo César N Santos.

Tuesday, September 14, 2010

Estatuto do Nascituro

Creio que nem tudo está perdido! Ontem (13/09) ouvindo a Voz do Brasil, com notícias do Congresso Nacional , tomei conhecimento de um projeto de lei que merece nosso apoio e orações: trata-se do PL 478-2007 – ESTATUTO DO NASCITURO, de autoria do deputado LUIZ BASSUMA do PV da Bahia, e MIGUEL MARTINI do PHS de MG, que cria direitos para o ser humano concebido mas ainda não nascido.Pela proposta, o início da vida se dá na concepção. O conceito inclui até mesmo os seres humanos concebidos "in vitro", antes da transferência para o útero da mulher. Uma verdadeira bomba para as feministas e abortistas do governo!

O projeto, já aprovado na Comissão de Seguridade Social e Família, manteve o artigo do Código Penal que autoriza o aborto praticado por médico em casos de estupro e de risco de vida para a mãe, entretanto, garante, em casos de estupro, assistência pré-natal, com acompanhamento psicológico para a mãe, e o direito de encaminhar a criança à adoção, caso a mãe concorde.

O projeto ainda será analisado pelas comissões de Finanças e Tributação e de Constituição e Justiça, antes de ser votado em Plenário, certamente com muita discussão.

Eis o que ouvi no rádio (transcrição):

LOC- Tramita na Câmara projeto de lei de autoria de LUIZ BASSUMA, do PV da Bahia, que institui o estatuto do nascituro. No entendimento do deputado, depois de sete anos de tramitação, os avanços científicos ajudaram a esclarecer a partir de qual momento se inicia a vida.


Luiz Bassuma2: São sete anos de debate intensivo, muita polêmica, muitas retiradas de pauta, e ele é pioneiro no mundo, foi aprovado já, na Comissão de Seguridade Social e família, que é a comissão que analisa o mérito desse projeto, o estatuto do nascituro. Quem é o nascituro, é aquele ser que já existe, mas que ainda não nasceu, está no ventre da sua mãe e precisa ter seu direito à vida garantido. Porque a nossa constituição brasileira, no seu artigo quinto, cláusula pétrea, ela garante como direito inviolável o direito à vida. Só que naquela época, em 88, não existia base científica para o legislador, para o congressista, definir quando começa a vida. Por isso que não ficou na constituição, garantido o direito à vida desde o momento da concepção os avanços científicos hoje comprovam, indubitavelmente, que a vida começa no momento da fecundação do óvulo pelo espermatozoide.

LOC- LUIZ BASSUMA comemorou a aprovação do projeto pela Comissão de Seguridade Social.


Luiz Bassuma3: Tem que ser garantida a vida de todos os cidadãos, desde aquele que já existe e está no ventre de sua mãe, até aquele que está nos últimos minutos da sua vida. Esse é o bem mais sagrado da existência humana: o direito à vida. E eu tenho a honra de ser um dos co-autores, já que esse projeto vem tramitando na Câmara há muitos anos e agora então nós conseguimos finalmente, depois de 7 anos de muita luta, aprovar na Comissão de Mérito que é a de Seguridade Social.

Portanto, eis aí um projeto de lei que vale a pena acompanharmos em oração.

Friday, September 10, 2010

Sal na Política Brasileira

Vós sois o sal da terra”, diz a Palavra do Senhor Jesus aos seus discípulos (Mt 5.13). “Ora, se o sal vier a ser insípido, como lhe restaurar o sabor? Para nada mais presta senão para, lançado fora, ser pisado pelos homens.

Se considerarmos a época em que Cristo viveu, perceberemos que a principal função do sal era a de preservar, agindo como um anti-séptico. Tomemos, para exemplificar, um pedaço de carne. À sua superfície existem determinados germes, derivados do próprio animal ou presentes na atmosfera que aemaçam o pedaço de carne com a decomposição. Ora, a função do sal consiste em preservar aquele pedaço de carne, impedindo a atuação daqueles agentes da decomposição da carne. Assim, muitos séculos antes da invenção da geladeira ou do freezer, ele era usado para preservar a carne.

A função mais destacada do sal, portanto, é uma função negativa de não permitir a decomposição da carne. Isto significa que o mundo deixado à sua própria sorte se deteriora como o peixe ou a carne estragada, enquanto que a igreja tem a função de retardar a sua deterioração. Creio que o método principal autorizado por Cristo para salgarmos este mundo é através da pregação do evangelho: “ sabei que aquele que converte o pecador do seu caminho errado salvará da morte a alma dele e cobrirá multidão de pecados” (Tg 5.20). Entretanto, creio também que há outras formas de salgarmos o mundo. A primeira delas é através da influência que nossa família pode causar, ou seja, filhos bem instruídos no temor a Deus resultam em ótimos cidadãos na sociedade e que irão contribuir para a diminiuição da corrupção, da violência e da imoralidade.

Além da influência de nossas famílias, creio que o sal também deveria ser aplicado sobre a nossa vida política brasileira. De que forma? 01) Oração: “Antes de tudo, pois, exorto que se use a prática de súplicas, orações, intercessões... em favor dos reis e de todos os que se acham investidos de autoridade, para que vivamos vida tranqüila e mansa, com toda piedade e respeito.” (1Tm 2.1-2); 02) Na participação consciente nas eleições daqueles que receberão autoridade para governar: “E não sejais cúmplices nas obras infrutíferas das trevas; antes, porém, reprovai-as. Porque o que eles fazem em oculto, o só referir é vergonha” (Ef 5.11-12). É dever do cristão refletir muito bem em quem irá votar com o intuito de evitar o alastramento do mal na sociedade principalmente através de leis favoráveis ao aborto, ao infanticídio indígena, às formas de união contrárias à Palavra etc, que, infelizmente, tem sido o caminho do atual governo. É preciso observarmos o histórico e ideologia de cada candidato e partido antes de usarmos nosso direito civil. O voto cristão jamais pode estar desvinculado de sua consciência e temor ao Senhor.

Rev. Paulo César N Santos

Friday, August 13, 2010

Mês de Missões

A Igreja Presbiteriana do Brasil celebra o mês de Agosto como o mês de Missões. A razão disto é porque há 151 anos, no dia 12 de agosto, deu-se início em solo brasileiro a grande aventura missionária de um jovem de 26 anos, vindo de Baltimore, nos EUA. Seu nome é Ashbell Green Simonton. A partir daquele instante em que pisou aqui, iniciou-se a obra de plantação de uma semente que germinou e cresceu até se transformar em uma igreja que conta hoje com cerca de 900 mil membros em todo o Brasil. Louvamos a Deus por isso!

Desfrutamos, assim, da sombra da árvore que alguém plantou há tanto tempo atrás, e devemos glorificar a Deus por isso, mas precisamos nos conscientizar de que esta história não para por aí, porque hoje, eu e você somos os responsáveis por levar esse estandarte adiante, pois, passados tantos anos, há muitos lugares ainda não alcançados no mundo e até mesmo em nossa própria pátria. Assim, somos a geração que recebeu muito para poder fazer mais pelo Senhor. Fomos privilegiados para poder abençoar outros.

Se voltarmos aos idos de 1859, ano de chegada de Simonton, veremos um Brasil com recursos básicos extremamente precários (o famoso sanitarista Oswaldo Cruz nasceria apenas 13 anos depois!). Imagine as condições de higiene, saúde, transporte, comunicação, etc naquela época! Imagine como doenças como malária eram capazes de dizimar milhares, atingindo, inclusive, o próprio Simonton.

Foi nestas circunstâncias que aquele jovem deixou todo o conforto de seu lar para levar a um país colonial o evangelho da cruz de Cristo. Hoje, diante de um contexto radicalmente diferente de vida, de recursos infinitamente maiores e desafios igualmente gigantescos, temos a missão de proclamarmos em alto e bom som as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz! Prossigamos, então, com amor, fé e intrepidez, a levar o evangelho de salvação a todos os povos, até a volta do Senhor Jesus! Como geração abençoada, abençoemos aqueles que ainda estão por vir!

Tuesday, August 10, 2010

Um Novo Blog para Textos 'Importados'

Lanço hoje um novo blog para textos que encontro na internet e acho interessante postar. O motivo para isso é porque a proposta original deste blog é a de escrever textos de minha autoria sobre diversos assuntos, principalmente referentes à caminhada cristã ou visão do nosso mundo. Para não perder esse propósito e ter um espaço para colagem de materiais alheios, criei um novo endereço, onde pretendo concentrar o material que achei pertinente guardar. Se quiser acompanhar, sinta-se convidado!

O primeiro texto que resolvi postar lá é a reportagem da Revista Época desta semana (09 Ago 10): A Nova Reforma Protestante. Vale a pena dar uma olhada!

Acesse: http://minhapropriaselecaodetextos.blogspot.com

Paulo César N Santos

Sunday, August 8, 2010

Palmada em criança pode virar crime

*O texto abaixo é de autoria de Heloiza Amaral do jornal Opção e não reflete em todo o pensamento deste blog.

Projeto de lei que pune os pais que derem uma simples palmada nos filhos divide os especialistas e provoca espanto nas famílias, que o consideram absurdo

HELOIZA AMARAL

Educação só na base da conversa. É o que estabelece o Projeto de Lei 2.654/03 da deputada federal Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, que emenda o Estatuto da Criança e do Adolescente, estando na pauta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado, os pais ficarão proibidos de dar uma simples palmada nos filhos, porque o projeto proíbe qualquer tipo de castigo, inclusive castigos moderados. Já em seu caput, o projeto estabelece “o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos”. A proibição, de acordo com o Artigo 1º do projeto, se estende ao lar, à escola, à instituição de atendimento público ou privado e a locais públicos. Os pais que descumprirem a nova lei serão punidos de acordo com as sanções previstas no Artigo 129, incisos I, III, IV e VI do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ou seja, os pais que derem palmadas nos filhos podem ser encaminhados ao programa oficial ou comunitário de proteção à família (inciso I do Estatuto); a tratamento psicológico ou psiquiátrico (inciso III); a cursos ou programas de orientação (inciso IV) e obrigados a encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado (inciso VI). O projeto também prevê alteração no Artigo 1.634 do novo Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002), que passa a ter seguinte redação: “Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores, exigir, sem o uso de força física, moderada ou imoderada, que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição”.

O projeto de lei da deputada estabelece, ainda, que o Estado deve “estimular ações educativas continuadas destinadas a conscientizar o público sobre a ilicitude do uso da violência contra criança e adolescente, ainda que sob a alegação de propósitos pedagógicos” e “divulgar instrumentos nacionais e internacionais de proteção dos direitos da criança e do adolescente”. Além disso, prevê reformas curriculares na escola, entre as quais a introdução, no currículo do ensino básico e médio, de um tema transversal referente aos direitos da criança.

Morgana Custódio Lima, administradora: diálogo com os filhos
De acordo com a deputada Maria do Rosário, a agressão física deseduca e deve ser proibida, sob pena de os pais serem encaminhados a programas oficiais ou comunitários de proteção da família. Até o momento, não há nenhum tópico a respeito da perda da guarda dos filhos. “Não se trata da criminalização da violência moderada, mas da explicitação de que essa conduta não condiz com o direito”, diz a deputada ao justificar o projeto, que foi sugerido pelo Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo, depois de conseguir a assinatura de 232 mil 600 brasileiros, argentinos e peruanos.

A proposta de Maria do Rosário não precisa ser apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados, indo direto para o Senado. Segundo seus defensores, a proposta está respaldada na legislação brasileira, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece que as crianças e adolescentes não podem ser vítimas de qualquer tipo de violência. Além disso, o Brasil participa do acordo internacional da Convenção sobre os Direitos da Criança desde 1990, cujo Artigo 19 recomenda que os países-membros das Nações Unidas protejam os menores de qualquer tipo de agressão. Apesar de polêmico, merecedor de um debate mais profundo com a sociedade, o projeto ia passando despercebido entre as dez páginas do ato convocatório do Congresso Nacional, assinado pelos presidentes da Câmara (Aldo Rebelo, do PC do B de São Paulo) e do Senado (Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas). Descoberto pelo jornal eletrônico Congresso em Foco, o projeto acabou ganhando capa do Jornal do Brasil de quinta-feira, 12, desencadeando uma polêmica entre pais e especialistas.

Com o projeto da deputada, o Código Civil sofrerá mudanças. Caberá aos pais fazer com que seus filhos sejam obedientes e respeitosos sem usar palmadas e chineladas. Para que o projeto funcione, os deputados envolvidos apostarão na conscientização da sociedade. Os governantes farão campanhas educativas a respeito do assunto e estimularão denúncias, que serão feitas nos Conselhos Tutelares da Infância e da Juventude ou em delegacias de polícia, promotorias de Justiça e escolas. Se descumprirem a lei, os pais realizarão serviços comunitários e poderão passar por tratamentos psicológicos e psiquiátricos. Depois de apresentado na Câmara há dois anos, o projeto foi analisado pelas comissões de Educação e Cultura e de Seguridade Social e Família. Se aprovado agora pela Comissão de Constituição e Justiça, será encaminhado para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara.

Célia Divina dos Santos, comerciante: diálogo nem sempre resolve
Os pais entrevistados concordam que é preciso preservar a criança da violência doméstica, porém são unânimes ao dizer que umas palmadinhas de vez em quando não fazem mal a ninguém. Pelo contrário, podem impedir que algo grave ocorra com seus filhos. Quem nunca viu uma criança curiosa tentar descobrir o que acontece ao colocar o dedo na tomada? Ou puxar uma panela do fogão para saber o que cheira tão bem na cozinha? Com a experiência de quem já passou por isso e muito mais, os pais afirmam que há momentos em que a conversa não é a melhor solução. Os tapas são uma maneira de impedir que a criança sofra ainda mais. A dona de casa Eliete Almeida de Mendonça, de 40 anos, mãe de duas adolescentes, uma de 13 e outra de 15 anos, garante que prefere o diálogo, mas já se valeu de umas boas palmadas quando necessário. Se as meninas desobedeciam, a palmada resolvia a situação. “A criança precisa saber que existe alguém mais forte que ela. Precisa ter limites, até mesmo para que se sinta segura”, explica. Apesar de ter recorrido à força algumas vezes, ela não acredita na afirmação da deputada Maria do Rosário de que isso possa atrapalhar o desenvolvimento infantil. “Sou contra bater sem necessidade ou espancar a criança, mas dar uma palmada não é espancar”, ressalta.

Para Eliete Mendonça, a lei, se aprovada, não vai funcionar, porque não pode tirar o direito dos pais de educar os filhos. “Esses políticos têm tanta coisa mais importante para se preocupar. O projeto não tem sentido”, indigna-se. Paulo Antônio de Mendonça, pai das meninas, tem mais dificuldade em aceitar a palmada. Sempre deixou para a esposa a responsabilidade. Ele lembra que não gostava de apanhar quando era pequeno e, por isso, evita fazer o mesmo com as filhas. “Ele não gosta nem de olhar para elas com cara feia”, observa Eliete. Comparar os tapas dos pais com a palmatória utilizada antigamente nas escolas, como faz a autora do projeto, é uma idéia infeliz, segundo a dona de casa, que lembra da humilhação implícita na palmatória. “Todos os colegas viam a criança apanhar e sabiam o que ela tinha feito de errado, o que não acontece em casa”, ressalva. Seria mais eficiente, de acordo com Eliete, que fizessem uma campanha incentivando os pais a passarem mais tempo com os filhos, darem mais atenção. Ela aposta que isso faria com que eles se sentissem mais amados e protegidos e, conseqüentemente, se comportariam melhor. “Muitas crianças fazem arte só para chamar a atenção dos pais”, enfatiza.

A comerciante Célia Divina dos Santos, de 33 anos, mãe de uma menina de 9, acredita que a filha precisa de ajuda psicológica exatamente porque não recebeu umas palmadas quando foi preciso. Filha única, a menina sempre teve e fez tudo o que quis, e acabou ficando sem limites, conta ela. Mesmo tendo evitado a vida toda bater na filha, Célia vê na palmada uma aliada importante na educação das crianças. Para ela, o Estatuto da Criança e do Adolescente foi um avanço importante, mas peca por permitir que crianças e adolescentes ajam errado sem que recebam uma punição efetiva por seus atos. “Os filhos já estão mandando nos pais. Não há mais respeito”, sustenta. Célia dos Santos também aponta a televisão como um problema a mais para os pais. “É cada vez mais difícil controlar o que os nossos filhos assistem”, afirma, lembrando que muitos programas incentivam crianças e adolescentes a romperem com as normas da sociedade. “Eles aprendem tudo o que não devem vendo TV”, alerta.

Marinalva Tavares, dona de casa: limites são necessários
A administradora de empresas Morgana Custódio Silva Lima, de 37 anos, mãe de um menino de 7 e de uma menina de 6 anos, conta que até já conversou com os filhos a respeito das palmadas e eles próprios concordam que, às vezes, elas são necessárias. “É preciso bater de vez em quando para a criança não perder os limites”, enfatiza. O mesmo pensamento tem a dona de casa Marinalva Tavares, mãe de duas meninas, de 2 e 4 anos. Apesar de novas, as crianças já apanharam algumas vezes para aprender que não podem tudo. “O diálogo é importante, mas tudo tem um limite. Às vezes, a criança tem que ganhar umas palmadas. A vida é doída mesmo”, sintetiza. Assim como as outras mães, Marinalva salienta que é completamente contra o espancamento. O que elas aprovam é o “tapinha corretor”. E as psicólogas concordam. Maria Helena Arruda, especialista em terapia familiar, diz que as palmadas têm sua função na educação. Para ela, a deputada Maria do Rosário não deve ter se expressado bem sobre o grau da violência que quer proibir. “Evitar que as crianças sofram com o abuso dos pais é mais do que justificável, mas a palmada é funcional”, explica.

Apesar de favorável à palmada, a psicóloga alerta os pais para o efeito contrário. Bater demais pode tornar a criança lerda. Nem tudo o que ela faz de errado deve ser punido com violência. Existem casos em que o diálogo é a melhor solução. Deve reinar o bom senso. “Tem a fase do porquê, em que é importante conversar com a criança e explicar o que ela quer saber. Bater nessas horas, não resolve”, aconselha Maria Helena Arruda. Às vezes, os pais podem explicar o porquê de algumas atitudes serem erradas e os filhos as repetirem mesmo assim. Isso, segundo Maria Helena Arruda, dependerá do grau de ousadia da criança. Depois de fazer o que os pais proibiram, ela perceberá que eles estavam certos, mas também podem descobrir que agiram da melhor maneira. A psicóloga derruba a tese apresentada pela deputada Maria do Rosário de que, sem o medo de apanhar, os filhos ouviriam melhor os pais. Para ela, o que determinará a propensão de acatar os conselhos dos pais é a relação existente entre eles e os filhos, independentemente de levarem umas palmadas de vez em quando.

Maria Helena Arruda não concorda, também, que as palmadas possam causar problemas futuros para a criança, prejudicando, inclusive, seu desenvolvimento psicológico. Além disso, segundo ela, não há como comparar as correções paternas com a antiga palmatória das escolas, como faz a deputada. “A palmatória era o terror da escola, mas ser chamada de burra na frente dos colegas é tão ruim quanto receber um castigo físico. Ser humilhado é péssimo. É preciso valorizar os méritos da criança”, explica. De acordo com ela, as crianças estão mais inteligentes do que no passado e percebem os mínimos problemas que ocorrem em casa, como os problemas financeiros e as dificuldades do casamento dos pais. É preciso estar atento para isso e para as conseqüências dessa percepção, o que ajudará os pais a desenvolverem o bom senso necessário na hora das punições.

Eliete Almeida de Mendonça, dona de casa: conversa com as filhas
A psicóloga também discorda da deputada Teté Bezerra, do PMDB de Mato Grosso, que, em parecer na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, afirmou sobre o projeto: “Embora nossa cultura e senso comum encarem as palmadas como um instrumento corretivo e preventivo, ela encerra um problema maior, que é a banalização do uso da violência como meio de solucionar os conflitos”. Para a psicóloga Maria Helena Arruda, é um equívoco considerar como “banalização da violência” uma ou outra palmada que os pais dão em seus filhos. Segundo ela, a lei, se aprovada, vai tirar a autoridade dos pais. “E, obviamente, isso não é a solução. Se isso acontecer, será preciso criar uma outra lei para evitar que os filhos batam nos pais. Sem falar na quantidade de pais limpando chão de colégio porque deram umas palmadas no filho”, analisa.

A exemplo das mães, os pais também são contra o projeto. Para o vereador e professor Vanderlan Renovato, do PSDB, “pé de galinha não mata pinto”. Pai de dois filhos e avô de duas crianças, ele acredita que umas palmadas podem ajudar na educação dos filhos. “Existe uma enorme diferença entre espancar e dar uma palmada”, enfatiza. Prova disso, segundo ele, é que, mesmo sendo um vovô-coruja, já deu uma palmadinha em sua neta de 4 anos, porque ela o desobedeceu. O deputado federal Sandro Mabel, do PL, concorda com o vereador e afirma que não vê sentido na lei. “Espancar crianças já é proibido na legislação brasileira. Agora, é um absurdo tratar uma palmada como espancamento. Logicamente, não se pode proibir, por lei, os pais de corrigirem seus filhos dessa forma, quando necessário”, sustenta o deputado. Sandro Mabel, que tem três filhos e dois netos, lembra que, às vezes, é até necessário bater para evitar que a criança se machuque mais fazendo alguma coisa que não deveria fazer. “Essa lei é tão sem sentido que, mesmo se for aprovada, não tem como funcionar”, alerta.

A mentirosa história da palmada

Baseando-se no livro História das Crianças no Brasil, organizado pela historiadora Mary Del Priore, os defensores da “Lei da Palmada” alegam que o castigo físico de crianças não existia no Brasil antes do século XVI. Ele teria sido introduzido pelos jesuítas, causando indignação nos índios, que não aceitavam a prática. Um pouco mais tarde, entronizou-se nas escolas brasileiras a temida palmatória, que continuou martelando as mãos das crianças até meados do século passado, sendo substituída por castigos relativamente mais leves, como ficar de joelhos.

A literatura brasileira está cheia de exemplos de castigos físicos nas escolas. Até Machado de Assis, que freqüentou apenas o primário, trata do tema no Conto de Escola, em que a palmatória se faz onipresente: “E essa lá estava, pendurada do portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca” — conta Machado.

Todavia, imaginar que o castigo físico de crianças foi inventado pela Igreja é desconhecer a própria história da humanidade. Toda cultura estabelece limites para suas crianças. Em muitas culturas esse limite é a própria maturidade precoce, ditada pelas condições insalubres de sobrevivência. Antigamente, na roça, uma criança começava a ajudar os pais no cultivo e na colheita antes dos dez anos, caso contrário, morreria de fome junto com a família. Nas tribos indígenas — mentirosamente idealizadas pelos acadêmicos — também não era necessário castigo físico em criança. Não porque índios sejam anjos, mas porque a vida se encarregava de educar seus filhos, criados coletivamente. Uma indiozinho muito travesso, provavelmente morria picado por cobra, comido por onça. Sem contar que, em lugar da palmada, os adultos da tribo lhe marcavam violentamente o corpo, com seus rituais sagrados — substitutivos do castigo. Na nossa cultura, em que o Estatuto da Criança e do Adolescente criou uma infância ociosa até os 18 anos, se os pais não dispuserem ao menos da palmada para corrigir seus filhos, vão, de fato, acabar apanhando deles. (José Maria e Silva)

A utopia do diálogo infinito

Os defensores do projeto da deputada Maria doRosário, do PT do Rio Grande do Sul, alegam que os castigos físicos em crianças já foram abolidos na legislação de 14 países. O pioneiro foi a Suécia, em 1979, seguido de Áustria, Dinamarca, Noruega, Letônia, Alemanha, Israel, Chipre, Islândia, Itália, Canadá, Reino Unido, México e Nova Zelândia. Ainda existem, todavia, países em que o tapinha é um dos principais métodos para educar as crianças. Os Estados Unidos são um exemplo. Uma pesquisa mostrou que 61 por cento dos norte-americanos acreditam que os castigos físicos são válidos como método de educação. Na Inglaterra, os pais aprovam até mesmo o uso de castigos físicos para seus filhos nas escolas. A professora que usa uma régua para corrigir uma criança é tida pelos ingleses como competente, apesar de o sistema educacional do país ter abolido o castigo em 1989. No Brasil, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência, as mães são as maiores responsáveis pelas palmadas (48,6 por cento, contra 25,2 por cento dos pais).

Contrariando a opinião de grande parte dos especialistas e da maioria esmagadora dos pais, a socióloga Helena Oliveira Silva, de 38 anos, publicou o livro Análise da Violência contra a Criança e o Adolescente, segundo o Ciclo de Vida no Brasil, da Global Editora, em que defende o fim das palmadas, que contabilizam, segundo ela, 31 por cento dos episódios de violência doméstica e estão presentes em todas as classes sociais. Coordenadora de projetos de proteção do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Helena Oliveira afirma que são quatro os tipos de agressões sofridas na infância — a doméstica, a comunitária, a institucional, a étnica, nas escolas, além da mortalidade infantil. De acordo com a socióloga, o castigo físico não mata, mas humilha a criança. “Se até a Suécia, país que é referência mundial em democracia e bem-estar social, precisou recorrer ao Legislativo para coibir a prática da punição corporal, em locais com pouca tradição democrática, como o Brasil, essa violação é aceita”, sustenta.

Para Helena Oliveira Silva, cujo livro integrou um estudo mundial sobre as formas, causas e impacto da violência na vida das crianças, o que se pretende é evidenciar que nos últimos 30 anos os maiores índices de mortalidade têm ocorrido na infância e adolescência, pressionando, assim, os governos a mudar as leis em busca de solução para o problema. O psicólogo Cristiano da Silveira Longo concorda com Helena Oliveira Silva. Ele defendeu uma tese na Universidade de São Paulo (USP) sobre punição corporal de crianças. Depois de fazer uma enquete com 640 pais, 52 por cento declararam-se favoráveis ao diálogo, mas 99 por cento das crianças brasileiras já levaram ao menos uma palmada na vida. Segundo ele, as crianças mais pobres são as que mais apanham, e a palmada é a tática punitiva preferida das mães. Para o psicólogo, a palmada interrompe o comportamento inadequado instantaneamente, mas não educa em longo prazo. A violência física ainda estimula comportamentos agressivos nas crianças. É fácil observar, segundo ele, uma criança batendo nos irmãos assim como fazem os pais. A palmada, de acordo com Cristiano, além de aumentar a agressividade, pode levar a criança a desenvolver baixa auto-estima, medo, insegurança e sensação de impotência.

Doutora em psicologia infantil e desenvolvimento, a goiana Ângela Maria Menezes Duarte estuda especificamente o caso das agressões físicas praticadas por pais aos filhos. Ela vê na lei uma possibilidade de conter os pais mais desinformados, que acreditam no poder da palmada para educar. Ângela Maria Menezes coordena pesquisas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil em Piracanjuba e o Programa Academia da Paz, com famílias de baixa renda em Goiânia. Nesses dois programas, segundo ela, conseguiu diminuir as agressões contra as crianças, ensinando aos pais outras formas de educar. Entre as opções, ela destaca reforçar os aspectos positivos dos filhos. Com isso, eles acabam reforçando esses pontos e deixando de lado as atitudes erradas.

É possível também, segundo ela, antecipar os problemas. Se a criança não gosta de fazer as tarefas escolares, por exemplo, os pais determinam que ela só poderá brincar ou assistir à televisão depois que acabar de estudar. Assim, os pais evitam que a criança não cumpra com suas obrigações e não precisam castigá-la. O tradicional castigo ainda é uma opção, mas a psicóloga salienta que não é recomendável deixar a criança quieta, sem atenção, por mais de 5 minutos. O uso das palmadas só é aceitável, de acordo com Ângela Maria Menezes, nos casos em que a criança corre algum risco. Mesmo assim, ela garante que existem outras maneiras de corrigir. Para algumas crianças, basta que os pais digam ‘‘não’’ e todo o problema é evitado. A psicóloga é taxativa: “A criança tem uma capacidade cognitiva maior do que os pais pensam. Bater a leva a ficar mais agressiva e pode causar problemas futuros, tanto emocionais como acadêmicos”.