Friday, August 13, 2010

Mês de Missões

A Igreja Presbiteriana do Brasil celebra o mês de Agosto como o mês de Missões. A razão disto é porque há 151 anos, no dia 12 de agosto, deu-se início em solo brasileiro a grande aventura missionária de um jovem de 26 anos, vindo de Baltimore, nos EUA. Seu nome é Ashbell Green Simonton. A partir daquele instante em que pisou aqui, iniciou-se a obra de plantação de uma semente que germinou e cresceu até se transformar em uma igreja que conta hoje com cerca de 900 mil membros em todo o Brasil. Louvamos a Deus por isso!

Desfrutamos, assim, da sombra da árvore que alguém plantou há tanto tempo atrás, e devemos glorificar a Deus por isso, mas precisamos nos conscientizar de que esta história não para por aí, porque hoje, eu e você somos os responsáveis por levar esse estandarte adiante, pois, passados tantos anos, há muitos lugares ainda não alcançados no mundo e até mesmo em nossa própria pátria. Assim, somos a geração que recebeu muito para poder fazer mais pelo Senhor. Fomos privilegiados para poder abençoar outros.

Se voltarmos aos idos de 1859, ano de chegada de Simonton, veremos um Brasil com recursos básicos extremamente precários (o famoso sanitarista Oswaldo Cruz nasceria apenas 13 anos depois!). Imagine as condições de higiene, saúde, transporte, comunicação, etc naquela época! Imagine como doenças como malária eram capazes de dizimar milhares, atingindo, inclusive, o próprio Simonton.

Foi nestas circunstâncias que aquele jovem deixou todo o conforto de seu lar para levar a um país colonial o evangelho da cruz de Cristo. Hoje, diante de um contexto radicalmente diferente de vida, de recursos infinitamente maiores e desafios igualmente gigantescos, temos a missão de proclamarmos em alto e bom som as virtudes daquele que nos chamou das trevas para sua maravilhosa luz! Prossigamos, então, com amor, fé e intrepidez, a levar o evangelho de salvação a todos os povos, até a volta do Senhor Jesus! Como geração abençoada, abençoemos aqueles que ainda estão por vir!

Tuesday, August 10, 2010

Um Novo Blog para Textos 'Importados'

Lanço hoje um novo blog para textos que encontro na internet e acho interessante postar. O motivo para isso é porque a proposta original deste blog é a de escrever textos de minha autoria sobre diversos assuntos, principalmente referentes à caminhada cristã ou visão do nosso mundo. Para não perder esse propósito e ter um espaço para colagem de materiais alheios, criei um novo endereço, onde pretendo concentrar o material que achei pertinente guardar. Se quiser acompanhar, sinta-se convidado!

O primeiro texto que resolvi postar lá é a reportagem da Revista Época desta semana (09 Ago 10): A Nova Reforma Protestante. Vale a pena dar uma olhada!

Acesse: http://minhapropriaselecaodetextos.blogspot.com

Paulo César N Santos

Sunday, August 8, 2010

Palmada em criança pode virar crime

*O texto abaixo é de autoria de Heloiza Amaral do jornal Opção e não reflete em todo o pensamento deste blog.

Projeto de lei que pune os pais que derem uma simples palmada nos filhos divide os especialistas e provoca espanto nas famílias, que o consideram absurdo

HELOIZA AMARAL

Educação só na base da conversa. É o que estabelece o Projeto de Lei 2.654/03 da deputada federal Maria do Rosário, do PT do Rio Grande do Sul, que emenda o Estatuto da Criança e do Adolescente, estando na pauta da Comissão de Constituição e Justiça da Câmara dos Deputados. Caso seja aprovado, os pais ficarão proibidos de dar uma simples palmada nos filhos, porque o projeto proíbe qualquer tipo de castigo, inclusive castigos moderados. Já em seu caput, o projeto estabelece “o direito da criança e do adolescente a não serem submetidos a qualquer forma de punição corporal, mediante a adoção de castigos moderados ou imoderados, sob a alegação de quaisquer propósitos, ainda que pedagógicos”. A proibição, de acordo com o Artigo 1º do projeto, se estende ao lar, à escola, à instituição de atendimento público ou privado e a locais públicos. Os pais que descumprirem a nova lei serão punidos de acordo com as sanções previstas no Artigo 129, incisos I, III, IV e VI do Estatuto da Criança e do Adolescente.

Ou seja, os pais que derem palmadas nos filhos podem ser encaminhados ao programa oficial ou comunitário de proteção à família (inciso I do Estatuto); a tratamento psicológico ou psiquiátrico (inciso III); a cursos ou programas de orientação (inciso IV) e obrigados a encaminhar a criança ou adolescente a tratamento especializado (inciso VI). O projeto também prevê alteração no Artigo 1.634 do novo Código Civil (Lei 10.406, de 10 de janeiro de 2002), que passa a ter seguinte redação: “Compete aos pais, quanto à pessoa dos filhos menores, exigir, sem o uso de força física, moderada ou imoderada, que lhes prestem obediência, respeito e os serviços próprios de sua idade e condição”.

O projeto de lei da deputada estabelece, ainda, que o Estado deve “estimular ações educativas continuadas destinadas a conscientizar o público sobre a ilicitude do uso da violência contra criança e adolescente, ainda que sob a alegação de propósitos pedagógicos” e “divulgar instrumentos nacionais e internacionais de proteção dos direitos da criança e do adolescente”. Além disso, prevê reformas curriculares na escola, entre as quais a introdução, no currículo do ensino básico e médio, de um tema transversal referente aos direitos da criança.

Morgana Custódio Lima, administradora: diálogo com os filhos
De acordo com a deputada Maria do Rosário, a agressão física deseduca e deve ser proibida, sob pena de os pais serem encaminhados a programas oficiais ou comunitários de proteção da família. Até o momento, não há nenhum tópico a respeito da perda da guarda dos filhos. “Não se trata da criminalização da violência moderada, mas da explicitação de que essa conduta não condiz com o direito”, diz a deputada ao justificar o projeto, que foi sugerido pelo Laboratório de Estudos da Criança da Universidade de São Paulo, depois de conseguir a assinatura de 232 mil 600 brasileiros, argentinos e peruanos.

A proposta de Maria do Rosário não precisa ser apreciada pelo plenário da Câmara dos Deputados, indo direto para o Senado. Segundo seus defensores, a proposta está respaldada na legislação brasileira, como o Estatuto da Criança e do Adolescente, que estabelece que as crianças e adolescentes não podem ser vítimas de qualquer tipo de violência. Além disso, o Brasil participa do acordo internacional da Convenção sobre os Direitos da Criança desde 1990, cujo Artigo 19 recomenda que os países-membros das Nações Unidas protejam os menores de qualquer tipo de agressão. Apesar de polêmico, merecedor de um debate mais profundo com a sociedade, o projeto ia passando despercebido entre as dez páginas do ato convocatório do Congresso Nacional, assinado pelos presidentes da Câmara (Aldo Rebelo, do PC do B de São Paulo) e do Senado (Renan Calheiros, do PMDB de Alagoas). Descoberto pelo jornal eletrônico Congresso em Foco, o projeto acabou ganhando capa do Jornal do Brasil de quinta-feira, 12, desencadeando uma polêmica entre pais e especialistas.

Com o projeto da deputada, o Código Civil sofrerá mudanças. Caberá aos pais fazer com que seus filhos sejam obedientes e respeitosos sem usar palmadas e chineladas. Para que o projeto funcione, os deputados envolvidos apostarão na conscientização da sociedade. Os governantes farão campanhas educativas a respeito do assunto e estimularão denúncias, que serão feitas nos Conselhos Tutelares da Infância e da Juventude ou em delegacias de polícia, promotorias de Justiça e escolas. Se descumprirem a lei, os pais realizarão serviços comunitários e poderão passar por tratamentos psicológicos e psiquiátricos. Depois de apresentado na Câmara há dois anos, o projeto foi analisado pelas comissões de Educação e Cultura e de Seguridade Social e Família. Se aprovado agora pela Comissão de Constituição e Justiça, será encaminhado para o Senado, sem passar pelo plenário da Câmara.

Célia Divina dos Santos, comerciante: diálogo nem sempre resolve
Os pais entrevistados concordam que é preciso preservar a criança da violência doméstica, porém são unânimes ao dizer que umas palmadinhas de vez em quando não fazem mal a ninguém. Pelo contrário, podem impedir que algo grave ocorra com seus filhos. Quem nunca viu uma criança curiosa tentar descobrir o que acontece ao colocar o dedo na tomada? Ou puxar uma panela do fogão para saber o que cheira tão bem na cozinha? Com a experiência de quem já passou por isso e muito mais, os pais afirmam que há momentos em que a conversa não é a melhor solução. Os tapas são uma maneira de impedir que a criança sofra ainda mais. A dona de casa Eliete Almeida de Mendonça, de 40 anos, mãe de duas adolescentes, uma de 13 e outra de 15 anos, garante que prefere o diálogo, mas já se valeu de umas boas palmadas quando necessário. Se as meninas desobedeciam, a palmada resolvia a situação. “A criança precisa saber que existe alguém mais forte que ela. Precisa ter limites, até mesmo para que se sinta segura”, explica. Apesar de ter recorrido à força algumas vezes, ela não acredita na afirmação da deputada Maria do Rosário de que isso possa atrapalhar o desenvolvimento infantil. “Sou contra bater sem necessidade ou espancar a criança, mas dar uma palmada não é espancar”, ressalta.

Para Eliete Mendonça, a lei, se aprovada, não vai funcionar, porque não pode tirar o direito dos pais de educar os filhos. “Esses políticos têm tanta coisa mais importante para se preocupar. O projeto não tem sentido”, indigna-se. Paulo Antônio de Mendonça, pai das meninas, tem mais dificuldade em aceitar a palmada. Sempre deixou para a esposa a responsabilidade. Ele lembra que não gostava de apanhar quando era pequeno e, por isso, evita fazer o mesmo com as filhas. “Ele não gosta nem de olhar para elas com cara feia”, observa Eliete. Comparar os tapas dos pais com a palmatória utilizada antigamente nas escolas, como faz a autora do projeto, é uma idéia infeliz, segundo a dona de casa, que lembra da humilhação implícita na palmatória. “Todos os colegas viam a criança apanhar e sabiam o que ela tinha feito de errado, o que não acontece em casa”, ressalva. Seria mais eficiente, de acordo com Eliete, que fizessem uma campanha incentivando os pais a passarem mais tempo com os filhos, darem mais atenção. Ela aposta que isso faria com que eles se sentissem mais amados e protegidos e, conseqüentemente, se comportariam melhor. “Muitas crianças fazem arte só para chamar a atenção dos pais”, enfatiza.

A comerciante Célia Divina dos Santos, de 33 anos, mãe de uma menina de 9, acredita que a filha precisa de ajuda psicológica exatamente porque não recebeu umas palmadas quando foi preciso. Filha única, a menina sempre teve e fez tudo o que quis, e acabou ficando sem limites, conta ela. Mesmo tendo evitado a vida toda bater na filha, Célia vê na palmada uma aliada importante na educação das crianças. Para ela, o Estatuto da Criança e do Adolescente foi um avanço importante, mas peca por permitir que crianças e adolescentes ajam errado sem que recebam uma punição efetiva por seus atos. “Os filhos já estão mandando nos pais. Não há mais respeito”, sustenta. Célia dos Santos também aponta a televisão como um problema a mais para os pais. “É cada vez mais difícil controlar o que os nossos filhos assistem”, afirma, lembrando que muitos programas incentivam crianças e adolescentes a romperem com as normas da sociedade. “Eles aprendem tudo o que não devem vendo TV”, alerta.

Marinalva Tavares, dona de casa: limites são necessários
A administradora de empresas Morgana Custódio Silva Lima, de 37 anos, mãe de um menino de 7 e de uma menina de 6 anos, conta que até já conversou com os filhos a respeito das palmadas e eles próprios concordam que, às vezes, elas são necessárias. “É preciso bater de vez em quando para a criança não perder os limites”, enfatiza. O mesmo pensamento tem a dona de casa Marinalva Tavares, mãe de duas meninas, de 2 e 4 anos. Apesar de novas, as crianças já apanharam algumas vezes para aprender que não podem tudo. “O diálogo é importante, mas tudo tem um limite. Às vezes, a criança tem que ganhar umas palmadas. A vida é doída mesmo”, sintetiza. Assim como as outras mães, Marinalva salienta que é completamente contra o espancamento. O que elas aprovam é o “tapinha corretor”. E as psicólogas concordam. Maria Helena Arruda, especialista em terapia familiar, diz que as palmadas têm sua função na educação. Para ela, a deputada Maria do Rosário não deve ter se expressado bem sobre o grau da violência que quer proibir. “Evitar que as crianças sofram com o abuso dos pais é mais do que justificável, mas a palmada é funcional”, explica.

Apesar de favorável à palmada, a psicóloga alerta os pais para o efeito contrário. Bater demais pode tornar a criança lerda. Nem tudo o que ela faz de errado deve ser punido com violência. Existem casos em que o diálogo é a melhor solução. Deve reinar o bom senso. “Tem a fase do porquê, em que é importante conversar com a criança e explicar o que ela quer saber. Bater nessas horas, não resolve”, aconselha Maria Helena Arruda. Às vezes, os pais podem explicar o porquê de algumas atitudes serem erradas e os filhos as repetirem mesmo assim. Isso, segundo Maria Helena Arruda, dependerá do grau de ousadia da criança. Depois de fazer o que os pais proibiram, ela perceberá que eles estavam certos, mas também podem descobrir que agiram da melhor maneira. A psicóloga derruba a tese apresentada pela deputada Maria do Rosário de que, sem o medo de apanhar, os filhos ouviriam melhor os pais. Para ela, o que determinará a propensão de acatar os conselhos dos pais é a relação existente entre eles e os filhos, independentemente de levarem umas palmadas de vez em quando.

Maria Helena Arruda não concorda, também, que as palmadas possam causar problemas futuros para a criança, prejudicando, inclusive, seu desenvolvimento psicológico. Além disso, segundo ela, não há como comparar as correções paternas com a antiga palmatória das escolas, como faz a deputada. “A palmatória era o terror da escola, mas ser chamada de burra na frente dos colegas é tão ruim quanto receber um castigo físico. Ser humilhado é péssimo. É preciso valorizar os méritos da criança”, explica. De acordo com ela, as crianças estão mais inteligentes do que no passado e percebem os mínimos problemas que ocorrem em casa, como os problemas financeiros e as dificuldades do casamento dos pais. É preciso estar atento para isso e para as conseqüências dessa percepção, o que ajudará os pais a desenvolverem o bom senso necessário na hora das punições.

Eliete Almeida de Mendonça, dona de casa: conversa com as filhas
A psicóloga também discorda da deputada Teté Bezerra, do PMDB de Mato Grosso, que, em parecer na Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados, afirmou sobre o projeto: “Embora nossa cultura e senso comum encarem as palmadas como um instrumento corretivo e preventivo, ela encerra um problema maior, que é a banalização do uso da violência como meio de solucionar os conflitos”. Para a psicóloga Maria Helena Arruda, é um equívoco considerar como “banalização da violência” uma ou outra palmada que os pais dão em seus filhos. Segundo ela, a lei, se aprovada, vai tirar a autoridade dos pais. “E, obviamente, isso não é a solução. Se isso acontecer, será preciso criar uma outra lei para evitar que os filhos batam nos pais. Sem falar na quantidade de pais limpando chão de colégio porque deram umas palmadas no filho”, analisa.

A exemplo das mães, os pais também são contra o projeto. Para o vereador e professor Vanderlan Renovato, do PSDB, “pé de galinha não mata pinto”. Pai de dois filhos e avô de duas crianças, ele acredita que umas palmadas podem ajudar na educação dos filhos. “Existe uma enorme diferença entre espancar e dar uma palmada”, enfatiza. Prova disso, segundo ele, é que, mesmo sendo um vovô-coruja, já deu uma palmadinha em sua neta de 4 anos, porque ela o desobedeceu. O deputado federal Sandro Mabel, do PL, concorda com o vereador e afirma que não vê sentido na lei. “Espancar crianças já é proibido na legislação brasileira. Agora, é um absurdo tratar uma palmada como espancamento. Logicamente, não se pode proibir, por lei, os pais de corrigirem seus filhos dessa forma, quando necessário”, sustenta o deputado. Sandro Mabel, que tem três filhos e dois netos, lembra que, às vezes, é até necessário bater para evitar que a criança se machuque mais fazendo alguma coisa que não deveria fazer. “Essa lei é tão sem sentido que, mesmo se for aprovada, não tem como funcionar”, alerta.

A mentirosa história da palmada

Baseando-se no livro História das Crianças no Brasil, organizado pela historiadora Mary Del Priore, os defensores da “Lei da Palmada” alegam que o castigo físico de crianças não existia no Brasil antes do século XVI. Ele teria sido introduzido pelos jesuítas, causando indignação nos índios, que não aceitavam a prática. Um pouco mais tarde, entronizou-se nas escolas brasileiras a temida palmatória, que continuou martelando as mãos das crianças até meados do século passado, sendo substituída por castigos relativamente mais leves, como ficar de joelhos.

A literatura brasileira está cheia de exemplos de castigos físicos nas escolas. Até Machado de Assis, que freqüentou apenas o primário, trata do tema no Conto de Escola, em que a palmatória se faz onipresente: “E essa lá estava, pendurada do portal da janela, à direita, com os seus cinco olhos do diabo. Era só levantar a mão, despendurá-la e brandi-la, com a força do costume, que não era pouca” — conta Machado.

Todavia, imaginar que o castigo físico de crianças foi inventado pela Igreja é desconhecer a própria história da humanidade. Toda cultura estabelece limites para suas crianças. Em muitas culturas esse limite é a própria maturidade precoce, ditada pelas condições insalubres de sobrevivência. Antigamente, na roça, uma criança começava a ajudar os pais no cultivo e na colheita antes dos dez anos, caso contrário, morreria de fome junto com a família. Nas tribos indígenas — mentirosamente idealizadas pelos acadêmicos — também não era necessário castigo físico em criança. Não porque índios sejam anjos, mas porque a vida se encarregava de educar seus filhos, criados coletivamente. Uma indiozinho muito travesso, provavelmente morria picado por cobra, comido por onça. Sem contar que, em lugar da palmada, os adultos da tribo lhe marcavam violentamente o corpo, com seus rituais sagrados — substitutivos do castigo. Na nossa cultura, em que o Estatuto da Criança e do Adolescente criou uma infância ociosa até os 18 anos, se os pais não dispuserem ao menos da palmada para corrigir seus filhos, vão, de fato, acabar apanhando deles. (José Maria e Silva)

A utopia do diálogo infinito

Os defensores do projeto da deputada Maria doRosário, do PT do Rio Grande do Sul, alegam que os castigos físicos em crianças já foram abolidos na legislação de 14 países. O pioneiro foi a Suécia, em 1979, seguido de Áustria, Dinamarca, Noruega, Letônia, Alemanha, Israel, Chipre, Islândia, Itália, Canadá, Reino Unido, México e Nova Zelândia. Ainda existem, todavia, países em que o tapinha é um dos principais métodos para educar as crianças. Os Estados Unidos são um exemplo. Uma pesquisa mostrou que 61 por cento dos norte-americanos acreditam que os castigos físicos são válidos como método de educação. Na Inglaterra, os pais aprovam até mesmo o uso de castigos físicos para seus filhos nas escolas. A professora que usa uma régua para corrigir uma criança é tida pelos ingleses como competente, apesar de o sistema educacional do país ter abolido o castigo em 1989. No Brasil, de acordo com pesquisa da Associação Brasileira Multiprofissional de Proteção à Infância e Adolescência, as mães são as maiores responsáveis pelas palmadas (48,6 por cento, contra 25,2 por cento dos pais).

Contrariando a opinião de grande parte dos especialistas e da maioria esmagadora dos pais, a socióloga Helena Oliveira Silva, de 38 anos, publicou o livro Análise da Violência contra a Criança e o Adolescente, segundo o Ciclo de Vida no Brasil, da Global Editora, em que defende o fim das palmadas, que contabilizam, segundo ela, 31 por cento dos episódios de violência doméstica e estão presentes em todas as classes sociais. Coordenadora de projetos de proteção do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Helena Oliveira afirma que são quatro os tipos de agressões sofridas na infância — a doméstica, a comunitária, a institucional, a étnica, nas escolas, além da mortalidade infantil. De acordo com a socióloga, o castigo físico não mata, mas humilha a criança. “Se até a Suécia, país que é referência mundial em democracia e bem-estar social, precisou recorrer ao Legislativo para coibir a prática da punição corporal, em locais com pouca tradição democrática, como o Brasil, essa violação é aceita”, sustenta.

Para Helena Oliveira Silva, cujo livro integrou um estudo mundial sobre as formas, causas e impacto da violência na vida das crianças, o que se pretende é evidenciar que nos últimos 30 anos os maiores índices de mortalidade têm ocorrido na infância e adolescência, pressionando, assim, os governos a mudar as leis em busca de solução para o problema. O psicólogo Cristiano da Silveira Longo concorda com Helena Oliveira Silva. Ele defendeu uma tese na Universidade de São Paulo (USP) sobre punição corporal de crianças. Depois de fazer uma enquete com 640 pais, 52 por cento declararam-se favoráveis ao diálogo, mas 99 por cento das crianças brasileiras já levaram ao menos uma palmada na vida. Segundo ele, as crianças mais pobres são as que mais apanham, e a palmada é a tática punitiva preferida das mães. Para o psicólogo, a palmada interrompe o comportamento inadequado instantaneamente, mas não educa em longo prazo. A violência física ainda estimula comportamentos agressivos nas crianças. É fácil observar, segundo ele, uma criança batendo nos irmãos assim como fazem os pais. A palmada, de acordo com Cristiano, além de aumentar a agressividade, pode levar a criança a desenvolver baixa auto-estima, medo, insegurança e sensação de impotência.

Doutora em psicologia infantil e desenvolvimento, a goiana Ângela Maria Menezes Duarte estuda especificamente o caso das agressões físicas praticadas por pais aos filhos. Ela vê na lei uma possibilidade de conter os pais mais desinformados, que acreditam no poder da palmada para educar. Ângela Maria Menezes coordena pesquisas do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil em Piracanjuba e o Programa Academia da Paz, com famílias de baixa renda em Goiânia. Nesses dois programas, segundo ela, conseguiu diminuir as agressões contra as crianças, ensinando aos pais outras formas de educar. Entre as opções, ela destaca reforçar os aspectos positivos dos filhos. Com isso, eles acabam reforçando esses pontos e deixando de lado as atitudes erradas.

É possível também, segundo ela, antecipar os problemas. Se a criança não gosta de fazer as tarefas escolares, por exemplo, os pais determinam que ela só poderá brincar ou assistir à televisão depois que acabar de estudar. Assim, os pais evitam que a criança não cumpra com suas obrigações e não precisam castigá-la. O tradicional castigo ainda é uma opção, mas a psicóloga salienta que não é recomendável deixar a criança quieta, sem atenção, por mais de 5 minutos. O uso das palmadas só é aceitável, de acordo com Ângela Maria Menezes, nos casos em que a criança corre algum risco. Mesmo assim, ela garante que existem outras maneiras de corrigir. Para algumas crianças, basta que os pais digam ‘‘não’’ e todo o problema é evitado. A psicóloga é taxativa: “A criança tem uma capacidade cognitiva maior do que os pais pensam. Bater a leva a ficar mais agressiva e pode causar problemas futuros, tanto emocionais como acadêmicos”.

Saturday, August 7, 2010

O divórcio relâmpago fragiliza ainda mais a família

Ives Gandra da Silva Martins
A emenda constitucional, que aprovada pelo Congresso, objetiva facilitar a obtenção do divórcio, suprimindo requisito relativo ao lapso temporal — de um ano contado da separação judicial e dois anos da separação de fato —, denominada de a “PEC do divórcio relâmpago”, a meu ver, fragiliza ainda mais a família, alicerce da sociedade, nos termos do artigo 226 “caput” da Constituição Federal.
Na medida em que os mais fúteis motivos puderem ser utilizados para que a dissolução conjugal chegue a termo, sem qualquer entrave burocrático, possivelmente, não possibilitando nem o aconselhamento de magistrados e nem o de terceiros para a tentativa de salvar o casamento, o divórcio realmente será relâmpago.
Não poucas vezes, casais que estão dispostos a separar-se, não percebendo o impacto que a separação pode causar nos filhos gerados, quando aconselhados e depois de uma reflexão mais tranquila e não emocional, terminam por se conciliar.
Conheço inúmeros exemplos nos quais o ímpeto inicial foi contido por uma meditação mais abrangente sobre a família, os filhos e a vida conjugal, não chegando às vias do divórcio pela prudência do legislador ao impor prazos para concedê-lo e pela tramitação que permite, inclusive, a magistrados aconselharem o casal em conflito.
A Emenda mencionada autoriza que, no auge de uma crise conjugal, a dissolução do casamento se dê, sem prazos ou entraves cautelares burocráticos. Facilita, assim, a tomada de decisões emotivas e impensadas, dificultando, portanto, uma solução de preservação da família, que foi o objetivo maior do constituinte ao colocar no artigo 226, que o Estado prestará especial proteção à família.
Entendo que a “PEC do divórcio relâmpago” gera insegurança familiar, em que os maiores prejudicados serão sempre, em qualquer separação, os filhos, que não contribuíram para as desavenças matrimoniais, mas que viverão a turbulência da divisão dos lares de seus pais, não podendo mais ter o aconchego e o carinho, a que teriam direito — por terem sido por eles gerados ou adotados — de com eles viverem sob o mesmo teto.
Como educador há mais de 50 anos, tenho convivido com os impactos negativos que qualquer separação causa nos filhos, que levam este trauma, muitas vezes, por toda a vida.
Por isto, sou favorável à maior prudência, como determinou o constituinte de 88, no § 6º do artigo 226 da Lei Maior. Tenho para mim, inclusive, que o capítulo da Família na Carta Magna de 88, por ser a família a espinha dorsal da sociedade, deveria ser considerado cláusula pétrea.
Ives Gandra da Silva Martins: Advogado. Doutor em Direito. Professor Emérito das Universidades Mackenzie, UNIFMU e da Escola de Comando e Estado Maior do Exército. Presidente do Conselho de Estudos Jurídicos da Federação do Comércio do Estado de São Paulo e do Centro de Extensão Universitária.
Divulgação: www.juliosevero.com

Friday, July 30, 2010

BRITÂNICO É PRESO APÓS PREGAR NA RUA QUE HOMOSSEXUALISMO É PECADO

Segunda-feira, 3 de Maio de 2010

BBC Brasil - 03/05/2010

Dale McAlpine foi acusado de causar “alarme, intimidação e angústia” depois que um policial comunitário ouviu o pastor batista mencionar vários “pecados” citados na Bíblia, inclusive blasfêmia, embriaguez e relações sexuais entre pessoas do mesmo sexo, de acordo com o jornal britânico The Daily Telegraph.

Dale McAlpine, de 42 anos, prega nas ruas de Wokington, na região de Cumbria, no noroeste da Inglaterra há anos, e disse que não mencionou homossexualismo quando fazia o sermão do alto de uma pequena escada, mas admitiu ter dito a uma pessoa que passava que acreditava que a prática era contrária aos ensinamentos de Deus.

Segundo o jornal britânico Daily Mail, o policial Sam Adams identificou-se como o agente de ligação entre a polícia e a comunidade gay e transsexual e avisou o pregador, que distribuía folhetos e conversava com as pessoas nas ruas, que ele estava violando a lei. Mas ele continuou pregando e foi levado para a prisão, onde permaneceu por sete horas.

O pregador disse que o incidente foi “humilhante”, segundo o Daily Telegraph. “Eu me sinto profundamente chocado e humilhado por ter sido preso em minha própria cidade e tratado como um criminoso comum na frente de pessoas que eu conheço.”

“Minha liberdade foi tolhida por rumores vindos de alguém que não gostou do que eu disse, e fui acusado usando-se uma lei que não se aplica”, afirmou Dale.

O processo contra McAlpine por supostas declarações públicas contra gays ocorre semanas depois que um juiz britânico disse que não há proteção especial na lei para crenças cristãs.

O juiz decidiu favoravelmente a uma organização que demitiu um terapeuta de casais por se recusar a atender casais gays alegando que isso seria contra seus princípios cristãos.

Sunday, July 18, 2010

Não Desperdice Seu Câncer



By John PiperFebruary 15, 2006


Estou escrevendo este texto na véspera da cirurgia de câncer de próstata à qual eu serei submetido. Creio no poder de Deus para curar—por meio de um milagre e da medicina. Sei que é certo e bom orar pelos dois tipos de cura.

O câncer não é desperdiçado ao ser curado por Deus. Diante da cura, Deus receberá a glória. Então, não orar pela cura do câncer, fará alguém desperdiçar o seu câncer. Mas a cura não é o plano de Deus para todos e nem por isso ele deixará de ser glorificado, pois sabemos que todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus.

Existem muitas outras formas de alguém desperdiçar seu câncer. Estou orando por mim e por você, para que não desperdicemos esta dor.

1. Você desperdiçará seu câncer caso não creia que isto foi planejado por Deus.

Não diga que Deus apenas usa nosso câncer, mas que não o planeja. O que Deus permite, ele o faz por uma razão. Por conseguinte, está razão é sua vontade.

Se Deus prevê desenvolvimentos moleculares tornando-se cancerígenos, ele pode deter isto ou não. Se não, ele tem um propósito. Por ser infinitamente sábio, é correto chamar este propósito de plano. Satanás é real e causa muitos prazeres e dores. Mas ele não é a causa última. Assim, quando ele atacou Jó com úlceras (Jó 2.7), Jó atribuiu-as a Deus (2.10), e o escritor inspirado concorda: “e o consolaram de todo o mal que o Senhor lhe havia enviado” (Jó 42.11). Se você não crê que seu câncer lhe foi planejado por Deus, você o desperdiçará.

2. Você desperdiçará seu câncer caso creia que ele é uma maldição, e não uma bênção.

“Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus” (Romanos 8.1). “Cristo nos resgatou da maldição da lei, fazendo-se maldição por nós” (Gálatas 3.13). “Contra Jacó, pois, não há encantamento, nem adivinhação contra Israel” (Números 23.23). “Porquanto o Senhor Deus é sol e escudo; o Senhor dará graça e glória; não negará bem algum aos que andam na retidão.” (Salmos 84.11)

3. Você desperdiçará seu câncer caso procure conforto em suas chances de recuperação em vez de procurá-lo em Deus.

O plano de Deus em relação ao seu câncer não é treiná-lo no cálculo de chances racionalista e humano. O mundo consegue conforto em estatísticas. Os cristãos não. Aliás, nem devem. Alguns contam seus carros (porcentagens de sobrevivência) e outros contam seus cavalos (efeitos colaterais do tratamento), mas nós confiamos no nome do Senhor, nosso Deus (Salmos 20.7). O plano de Deus está claro em 2 Coríntios 1.9: “portanto já em nós mesmos tínhamos a sentença de morte, para que não confiássemos em nós, mas em Deus, que ressuscita os mortos”. O objetivo de Deus relativo ao seu câncer (entre várias outras coisas boas) é derrotar a autoconfiança em nosso coração para podermos descansar completamente nele.

4. Você desperdiçará seu câncer caso se recuse a pensar na morte.

Todos nós morreremos, caso Jesus não retorne em nossos dias. Não pensar sobre como seria deixar esta vida e encontrar Deus é tolice. Eclesiastes 7.2 diz: “Melhor é ir à casa onde há luto do que ir à casa onde há banquete; porque naquela se vê o fim de todos os homens, e os vivos o aplicam ao seu coração”. Como você pode aplicar esta verdade a seu coração se não pensa nela? O Salmos 90.12 diz: “Ensina-nos a contar os nossos dias de tal maneira que alcancemos corações sábios”. Contar seus dias significa pensar sobre quão poucos eles são e que terminarão. Como você conseguirá um coração sábio se você se recusa a pensar nisto? Que desperdício, caso não pensemos sobre a morte!

5. Você desperdiçará seu câncer caso pense que “vencê-lo” significa sobreviver e não aproximar-se de Cristo.

Os planos de Deus e os planos de Satanás para seu câncer não são os mesmos. Satanás deseja destruir seu amor por Cristo. Deus planeja aprofundá-lo. Da perspectiva do Reino, amarmos mais a Deus é mais importante do que sermos curados por ele. O câncer não vencerá se você morrer, apenas se você falhar em aproximar-se de Cristo. O plano de Deus para a sua vida é privá-lo do alimento do mundo e satisfazê-lo com a suficiência de Cristo. Isto tem o objetivo de ajudá-lo a dizer e a sentir: “tenho também como perda todas as coisas [inclusive a minha saúde e a minha vida!] pela excelência do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor”. E saber, portanto, que “o viver é Cristo, e o morrer é lucro” (Filipenses 3.8; 1.21).

6. Você desperdiçará seu câncer caso gaste mais tempo lendo sobre o câncer do que sobre Deus e a sua Palavra.

Não é errado ler sobre o câncer. Ignorância não é virtude. Mas, o desejo de saber mais e mais, e a falta de zelo pelo conhecimento contínuo de Deus é sintomático no incrédulo. Da perspectiva de Deus, o objetivo do câncer é acordar-nos para a realidade de Deus, colocar sensações e força no mandamento “Conheçamos, e prossigamos em conhecer ao Senhor” (Oséias 6.3), acordar-nos para a verdade de Daniel 11.32: “O povo que conhece ao seu Deus se tornará forte, e fará proezas”, tornar-nos carvalhos indestrutíveis e firmes: “antes tem seu prazer na lei do Senhor, e na sua lei medita de dia e noite. Pois será como a árvore plantada junto às correntes de águas, a qual dá o seu fruto na estação própria, e cuja folha não cai; e tudo quanto fizer prosperará.” (Salmos 1.2, 3). Que desperdício será lermos dia e noite sobre o câncer e nada a respeito de Deus!

7. Você desperdiçará seu câncer caso se isole em vez de aprofundar seus relacionamentos, manifestando afeição.

Quando Epafrodito trouxe os presentes enviados pela igreja de Filipos para Paulo, ele ficou doente e quase morreu. Paulo diz aos filipenses: “porquanto ele tinha saudades de vós todos, e estava angustiado por terdes ouvido que estivera doente” (Filipenses 2.26). Que reação maravilhosa! Não diz que estavam angustiados porque Epafrodito estava doente, mas que ele estava angustiado porque os filipenses ouviram que ele estava doente. Este é o tipo de coração que Deus pretende criar com o câncer: o coração profundamente afetivo e preocupado com as pessoas. Não desperdice seu câncer voltando-se para si mesmo.

8. Você desperdiçará seu câncer caso se entristeça como quem não tem esperança.

Paulo usa esta expressão para designar pessoas cujos entes queridos haviam morrido: “Não queremos, porém, irmãos, que sejais ignorantes acerca dos que já dormem, para que não vos entristeçais como os outros que não têm esperança” (1Tessalonicenses 4.13). Existe tristeza na morte. Mesmo para o crente que morre, há uma perda temporária—a perda do corpo, de entes queridos e do ministério terreno. Mas a tristeza é diferente—é permeada pela esperança: “desejamos antes estar ausentes deste corpo, para estarmos presentes com o Senhor” (2 Coríntios 5.8). Não desperdice seu câncer ficando triste como quem não tem esta esperança.

9. Você desperdiçará seu câncer caso trate o pecado tão normalmente quanto antes.

Seus pecados freqüentes permanecem tão atrativos quanto antes de você ter câncer? Se a resposta for afirmativa, então você está desperdiçando seu câncer. O câncer foi planejado para destruir o apetite pelo pecado. Orgulho, ganância, luxúria, ódio, falta de perdão, impaciência, preguiça, procrastinação—todos estes são adversários que o câncer deve atacar. Não pense apenas em lutar contra o câncer. Pense também em usá-lo. Todas estas coisas são piores que o câncer. Não desperdice o poder do câncer para esmagar estes adversários. Deixe a presença da eternidade tornar os pecados temporais tão fúteis como eles realmente são. “Pois, que aproveita ao homem ganhar o mundo inteiro, e perder-se, ou prejudicar-se a si mesmo?” (Lucas 9.25).

10. Você desperdiçará seu câncer caso falhe em utilizá-lo como meio de testemunhar a verdade e a glória de Cristo.

Os cristãos nunca se encontram em determinado lugar por acidente. Existem razões para as quais somos levados onde estamos. Considere o que Jesus diz sobre circunstâncias inesperadas e dolorosas: “Mas antes de todas essas coisas vos hão de prender e perseguir, entregando-vos às sinagogas e aos cárceres, e conduzindo-vos à presença de reis e governadores, por causa do meu nome. Isso vos acontecerá para que deis testemunho” (Lucas 21.12-13). Assim também é com o câncer. Essa será uma oportunidade para testemunhar. Cristo é infinitamente digno. Aqui está uma oportunidade de ouro para mostrar que Jesus vale mais que a vida.

Não a desperdice o seu câncer. Lembre-se de que você não foi deixado sozinho; terá a ajuda necessária: “Meu Deus suprirá todas as vossas necessidades segundo as suas riquezas na glória em Cristo Jesus” (Filipenses 4.19).


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Wednesday, June 30, 2010

"Geração N": estamos criando jovens incapazes?

Autor norte-americano critica exagero dos pais em relação ao estímulo positivo dos filhos. O resultado? Uma geração de narcisistas

Clarissa Passos, iG São Paulo | 30/06/2010 09:32


Foto: Getty Images

Geração N: jovens que acham que não precisam se esforçar para nada
















Rob Asghar, ensaísta e articulista norte-americano, aponta em um artigo recente noHuffington Post o surgimento do que ele chama de "geração N", formada por jovens narcisistas. Para ele, os pais norte-americanos, atormentados pela culpa por trabalhar muito ou por optar pelo divórcio, estão criando filhos sem limite algum. Inseguros, eles temem que o filho não goste deles, cedem a qualquer pedido das crianças e celebram toda e qualquer "conquista" do filho - até uma formatura de pré-escola.

O resultado é uma geração que se sente no direito de tudo, sem precisar trabalhar duro por nada. Rob cita uma pesquisa desenvolvida em conjunto pela San Diego State University e pela University of South Alabama, que concluiu que o narcisismo dos jovens norte-americanos cresceu nos últimos 15 anos - e que os Estados Unidos podem passar por problemas sociais quando estes jovens chegarem à idade adulta e assumirem cargos de poder.

O estudo, que envolveu dezenas de milhares de jovens universitários, detectou traços de "auto-respeito exagerado" e de um "infundado senso de merecimento". Alguns pesquisadores chegaram a afirmar que a crise econômica mundial recente, desengatilhada por decisões de alto risco, já seja um resultado do narcisismo da geração.

Para Maria Irene Maluf, especialista em Psicopedagogia e em Educação Especial, esse cenário é comum aqui no Brasil também. Os pais que temem perder o amor dos filhos representam uma inversão absoluta de papéis. "Na minha época - eu tenho 57 anos e minha filha, 32 - eram os filhos que temiam perder o amor dos pais", contrapõe. Hoje, este temor influencia até na transmissão de valores.

Oprimidos pela culpa ou afundados no próprio narcisismo, os pais temem colocar limites em seus filhos e criam crianças que serão eternamente dependentes deles. Sem parâmetros claros, as crianças crescem sem valores: não sabem respeitar os pais, pois nunca ouviram uma repreensão simples como "enquanto uma pessoa fala, a outra escuta". Se alimentam mal e só comem quando querem, pois jamais os pais foram firmes e exigiram que ela se sentasse à mesa durante uma refeição. "Limite é a ética em ação", explica Maria Irene. "Pais e mães narcísicos criam fracos", resume.

Idade da influência

O psicólogo Caio Feijó, autor de "Pais Competentes, Filhos Brilhantes" (editora Novo Século), ressalta a importância do papel de pais e mães nas expectativas e na autoimagem da criança - e alerta que esse poder é limitado pelo tempo. "Os pais só têm uma influência grande sobre os filhos até antes da puberdade, por volta dos 10 ou 11 anos. Depois disso, vem o resultado", diz.

"Dependendo de como os pais conduzem essa influência, eles criarão expectativas nos filhos sobre o que eles podem ou não alcançar", continua. E o estímulo em excesso pode prejudicar tanto quanto chamar seu filho de "burro" ou de "inútil", especialmente quando este estímulo indica uma projeção - por exemplo, aquele pai que é dentista e sempre comenta que o filho "vai ser um dentista genial, igual ao papai", ou aquela mãe que sempre quis ser bailarina, mas não pôde estudar quando pequena, então matricula a filha em aulas diárias da dança, ainda que a menina não mostre o menor talento ou interesse pelas sapatilhas. "A superproteção traz consequências tão graves quanto o abandono", finaliza.

Características da "Geração N":

- Não têm noção de limite
- Acham que são merecedores de tudo
- Não sabem se esforçar para conseguir algo
- Não sabem como agir em situações adversas
- São criados por pais narcisistas, que competem entre si
- Não respeitam os outros