Nos tempos de Jesus, era comum ver soldados romanos obrigando civis, entre judeus ou estrangeiros, a realizar tarefas como carregar suas bagagens de viagem ou mesmo fazer serviços de correios. Era um costume aprendido dos persas, e portanto, muito antigo.
Se você, por outro lado, é alguém que teria se sentido grandemente honrado em carregar aquela cruz, e que faria isto sem pestanejar pelo nosso Salvador e Senhor, então, não terá dificuldades em compreender e praticar um de seus ensinamentos mais desafiadores: “Se alguém te obrigar a andar uma milha, vai com ele duas” (5.41).
Andar uma milha coagido a fazê-lo é humano e comum a todos (por razões de sobrevivência), mas se dispor voluntariamente a continuar pela segunda, é divino! Jesus, neste ponto, assim como em todo o Sermão do Monte, atinge diretamente o coração dos seus discípulos. Sua verdade foi um verdadeiro açoite ao orgulho presente em nossa natureza. Como controlar o sentimento de raiva ou mágoa, a sensação de impotência, injustiça, de abuso de autoridade ou do desejo de vingança quando alguém nos força arbitrariamente a fazer o que não queremos? Como ir além disso?
A resposta está no próprio Cristo. Seu convite para segui-lo implica na disposição de negar-se a si mesmo (Mt 16.24) e assumir uma outra identidade nEle (Gl 2.20), a de uma nova criatura (Jo 3.3) controlada pelo Espírito Santo (Gl 5.22-23).
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