“Eu me fazia de olhos para o cego e de pés para o coxo”. Se você não se lembra de ter ouvido esta expressão é porque ainda não leu o livro de Jó. Sem dúvida, esta é uma das mais belas afirmações da Bíblia, que demonstra o caráter abnegado deste homem que sempre reconheceu a presença de Deus, quer nos bons, quer nos maus momentos de sua vida. No capítulo 29 do livro de Jó, encontramos uma verdadeira lição de bondade e amor ao próximo.
Tendo provavelmente vivido no período patriarcal, Jó nunca teve acesso à lei de Moisés, e por isso, nunca teve conhecimento do mandamento: “amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Lv 19.18). Também nunca ouviu falar da lei que manda não recolher os bagos caídos da vinha para que os pobres e os estrangeiros pudessem ter o que comer (Lv 19.10). Muito menos pôde ouvir de Jesus a parábola do bom samaritano. Jó ainda não pôde ouvir a inquietante pergunta do apóstolo João: “Ora, aquele que possuir recursos deste mundo, e vir a seu irmão padecer necessidade, e fechar-lhe o seu coração, como pode permanecer nele o amor de Deus?” (1Jo 3.17).
Bem, mesmo sem ter tido todos esses privilégios, Jó, o servo sofredor, já tinha em seu coração a semente da Palavra de Deus, já tinha a fé, o temor e o amor a Deus que se evidencia no cuidado prático e verdadeiro ao próximo. Ouça o seu testemunho: “...Eu me fazia de olhos para o cego e de pés para o coxo. Dos necessitados era pai e até as causas dos desconhecidos eu examinava.” (29.15-16)
Amado(a) leitor(a), se o nosso privilégio é maior do que o de Jó, nossa responsabilidade também é. Que tal começar, então, a fazer-se de olhos para os cegos e de pés para os coxos? Que tal começar a carregar a carga uns dos outros? Por que não deixar suas preocupações com Deus e servir aqueles que têm muito menos do que você? Que tal lutar contra o individualismo, tão característico de nosso século? Que tal ser lembrado pelo amor aos outros? Que tal começar agora?
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